Ação do Ibilce incentiva mulheres em cursos de exatas em Rio Preto

Ação do Ibilce incentiva mulheres em cursos de exatas em Rio Preto
Ana Beatriz Gomes Takehara, aluna de Ciência da Computação, com robô criado para uma competição de robótica (Arquivo Pessoal)

Como estratégia para estimular o ingresso de meninas em cursos de ciências exatas e tecnologias, o Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), campus da Unesp em Rio Preto, vai realizar ações formativas em parceria com quatro escolas estaduais da cidade. O objetivo é capacitar professores sobre questões de gênero no ambiente escolar e promover atividades práticas de programação para motivar as meninas a seguirem na carreira de Ciência, Tecnologia, Engenharia ou Matemática.

A atividade presencial, que começa em maio, é um passo representativo para o grupo Garotas nas Engenharias, Ciências Exatas e Tecnologias (Gecet), criado em 2020 com o objetivo de atrair meninas para áreas de exatas e diminuir os índices de evasão feminina na universidade pública.

Mestre em Ciência da Computação e doutora em Engenharia Elétrica, a professora Rogéria Cristiane Gratão de Souza, que coordena o Gecet, menciona a importância da universidade pública dar condições para que mulheres e outras minorias tenham acesso ao ensino superior público de qualidade – e possam permanecer nele.

Nesta quarta-feira, 10, o Ibilce celebra 68 anos de história com uma marca de 12.917 diplomas de graduação, 3.063 defesas de mestrado e 1.298 teses de doutorado.

“Nos cursos de exatas, especialmente Ciência da Computação, a proporção de mulheres é muito baixa em relação aos homens. Hoje, para uma sala com 40 homens, há 4 mulheres. Considerando que já houve turmas sem mulheres, avançamos em representatividade. Mas há um longo caminho a ser percorrido”, diz.

Insegurança

Uma dessas alunas é Ana Beatriz Gomes Takehara que, inspirada pelo pai e por uma tia, cursa Ciência da Computação. Ela conta que teve insegurança sobre como seria a convivência em uma sala majoritariamente masculina.

“Como a minha turma tem mais meninas do que o normal (10), acabei não me sentindo tão deslocada. Ter outras mulheres por perto criou um ambiente mais acolhedor, a gente conseguia se ajudar bastante, trocava experiências, e isso fez toda a diferença pra mim nesses anos de curso”, diz.

Ana observou que grande parte dos meninos já entrou na universidade com um conhecimento prévio em tecnologia, o que estabelecia um “desnível” entre os grupos.

A experiência dela reforça a importância de mostrar às meninas, ainda na educação básica, que esse mercado também é delas.

Inscrições

Nos próximos dias, o Gecet vai abrir inscrições para que escolas estaduais de Rio Preto manifestem interesse no projeto, que oferta palestras com especialistas em Educação a professores (homens e mulheres) e aulas remotas sobre linguagem de programação Python a alunas. Esse conhecimento possibilita construção de sites, aprendizado de máquinas e até automação de tarefas.

“O fato de sermos uma instituição de ensino, pesquisa e extensão, formadora de pessoas e construtora de conhecimento científico através das pesquisas desenvolvidas aqui, nos permite contribuir de maneira diferenciada regionalmente, nacional e internacionalmente. Nessa missão de formar e construir, é fundamental termos os diversos segmentos da sociedade participando conosco”, avalia a vice-diretora Mônica Galindo. Os encontros promovidos pelo GECET serão realizados aos sábados, pela manhã.