Empresário da região de Rio Preto é preso suspeito de forjar furto da própria loja de armas

Empresário da região de Rio Preto é preso suspeito de forjar furto da própria loja de armas
Perícia Técnica identificou que cofre foi arrombado pelo lado de dentro (Divulgação)

Um empresário de 43 anos foi preso suspeito de forjar o furto da própria loja de armas, em Auriflama, para revender pistolas e revólveres de clientes que estavam armazenados aguardando regulamentação. Perícia preliminar apontou que a parede do cofre foi quebrada pelo lado de dentro e que não havia vestígios de escalada ou arrombamento nas áreas de acesso à sala onde o arsenal era mantido trancado. Além do empresário, o irmão dele, de 38 anos, e um suposto comparsa, de 27, foram presos.

Conforme o Diário noticiou anteriormente, o crime foi comunicado à Polícia Militar na última sexta-feira, 18, quando o dono de uma farmácia que faz divisa com a loja de armas percebeu danos na parede.

O empresário foi chamado ao local e constatou que faltavam 63 armas, sendo uma carabina, 15 revólveres e 47 pistolas, além de 30.960 munições. Um fato chamou atenção da polícia: somente as armas dos clientes tinham sido levadas, permanecendo no local fuzis e outros artefatos bélicos da empresa.

Ao analisar as câmeras de segurança, o empresário teria reconhecido o irmão nas imagens, o qual afirmou que era dependente químico.

Localizado, o suspeito teria confessado informalmente que agiu a mando do empresário, que intermediou a venda das armas para dois homens de Rio Preto e para um contato em Ribeirão Preto. Ele também indicou que repassou duas armas para um comparsa de 27 anos, que registra processo criminal por tráfico de drogas. Já em interrogatório, preferiu permanecer em silêncio.

Por meio do relatório do estoque foi possível apurar que uma das armas tinha sido localizada e apreendida em fevereiro, na cidade de Franca. O que indica que o crime pode ter começado meses antes da descoberta dos desvios pela Polícia Civil.

Os três foram presos por comércio ilegal de arma de fogo, apropriação indébita, comunicação falsa de crime, associação criminosa e posse irregular de arma de fogo de uso permitido. A prisão preventiva foi decretada na audiência de custódia e o trio segue preso na cadeia de Penápolis.

Nesta semana, a delegada de Auriflama, Caroline Baltes, representou pela quebra do sigilo de dados dos celulares e notebook apreendidos visando identificar se há fotos, registros de chamadas ou arquivos de conversas que possam identificar a rede do comércio ilegal de armas.

Nesta quarta-feira, 23, a Polícia Federal apreendeu 12 armas na casa empresário visando a proteção do material até que as investigações sejam concluídas. Além de vendedor, ele era também CAC (caçador, atirador e colecionador).

A reportagem apurou que no dia 7 de abril, a justiça de Auriflama recebeu denúncia do Ministério Público contra o empresário por armazenamento de conteúdo pornográfico infantil - processo que ele já responde separadamente.