Empresário de Rio Preto e caseiro são investigados por morte de adolescente
Um empresário de Rio Preto é investigado pela Polícia Civil pela morte da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, 16 anos. O corpo dela foi encontrado enterrado na fazenda do suspeito, em Nova Granada. Ele e o caseiro chegaram a ser presos em flagrante pela ocultação do cadáver, mas foram soltos após cada um pagar R$ 21 mil de fiança.
Segundo a polícia, o empresário Gleison Luís Menegildo confessou ter enterrado o corpo da adolescente, de forma clandestina, porque teria se desesperado após a jovem morrer por overdose de cocaína.
Giovana estava desaparecida desde dezembro de 2023, data em que teria ido à empresa do suspeito, em Rio Preto, para pedir vaga de estágio, segundo versão dele. Ainda segundo o relato do empresário, ele e a jovem ingeriram cocaína e tiveram relações sexuais. Ele ainda afirmou que outro funcionário da empresa também manteve relações com a adolescente.
O empresário relatou que, depois, a jovem ficou sozinha na sala por um tempo e, em um determinado momento, começou a passar mal e morreu.
Denúncia
A Polícia Militar chegou até a fazenda na terça-feira, 27, com base em uma denúncia anônima de que tinha na propriedade rural o corpo de uma pessoa enterrada.
"O caseiro (Cleber Danilo Partezani) negou inicialmente a existência do corpo, mas depois confessou. Com ajuda dele, conseguimos encontrar a cova que ficava a 30 metros da casa dele. Quando foi encontrada a ossada, imediatamente acionamos os bombeiros e a perícia criminal", explica o delegado de plantão, José Luiz Chain.
Para a polícia, o caseiro disse ter aberto o buraco sem saber quem seria enterrado ali. O patrão teria dito que se tratava de um corpo de uma pessoa morta a tiros, numa briga com um dos funcionários.
Além da ocultação de cadáver, o empresário e o caseiro também foram presos em flagrante por porte ilegal de arma. Com eles foram aprendidas duas armas, um revólver e uma pistola automática, sem a documentação obrigatória de autorização de posse legal.
Inquérito
O delegado de Nova Granada, Ericson Salles Abufares, abriu inquérito nesta quarta-feira, para investigar a morte suspeita da adolescente.
"Por enquanto, os dois são investigados pela ocultação de cadáver e o porte ilegal de armas, mas estou à espera de dois laudos fundamentais, a necrópsia para saber qual a causa da morte da vítima e exames de balística nas armas apreendidas, para ver se elas foram utilizadas na morte da jovem", explica o delegado.
Defesa
O advogado de defesa do empresário e do caseiro, Carlos Sereno, afirma que o empresário já tinha tido encontros com a adolescente. Ele diz que a morte foi acidental.
"Posteriormente (ao encontro), ela o procurou para pedir emprego. Marcaram entrevista com ela no dia 21 de dezembro, dia de confraternização com funcionários empresa," diz o advogado, relatando que houve consumo de drogas e a jovem morreu por overdose. "Ele se desesperou e acabou fazendo a besteira que fez. Ele deveria ter chamado o Samu e levado para o hospital", diz o advogado. Segundo ele, o cliente passa por tratamento contra o vício em cocaína.
Com relação ao caseiro, o advogado confirma a versão de que ele apenas participou do sepultamento do corpo, sem saber o que tinha ocorrido.