SAF do América é anulada após Assembleia Geral

SAF do América é anulada após Assembleia Geral
Fachada do estádio Teixeirão, do América (Mara Sousa 22/6/2019)

A nova diretoria do América extinguiu a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Após assembleia realizada nesta quinta-feira, 5, os associados deliberaram pela anulação dos atos de criação da SAF. A decisão foi unânime, segundo a diretoria.

Segundo comunicado divulgado pelo clube, os motivos da decisão são "graves irregularidades estatutárias e legais identificadas na assembleia que aprovou a SAF, realizada em 16 de fevereiro de 2023, sob a gestão do então presidente Luiz Donizete Prieto (Italiano)".

"Ontem, conseguimos mostrar aos associados a realidade e, graças a Deus, conseguimos (acabar com a SAF). Seguindo nosso planejamento, vamos reestruturar o América, com pessoas capacitadas em cada área", disse o presidente do clube, Marcos Vilela.

Entre as irregularidades listadas pelo comunicado estão ausência do quórum mínimo exigido pelo estatuto do clube para aprovação de cisão, a inclusão de outros temas na pauta, contrários à realização de uma Assembleia exclusiva para tratar do assunto e a adoção de voto aberto sem a autorização dos participantes.

Já do ponto de vista legal, o clube apontou a inexistência de contrato formal para o uso de suas instalações e a ausência de convênio com instituição pública de ensino, que é um requisito obrigatório da Lei da SAF.

A diretoria aponta também "gestão ineficaz, marcada por uma série de falhas, como atrasos salariais, condições de trabalho precárias para os atletas e um desempenho esportivo bem abaixo das expectativas. Esses problemas culminaram no rebaixamento do time em 2024 e causaram um significativo abalo à imagem do clube". O América caiu da quarta para a quinta divisão Paulista.

Segundo o comunicado, nem a Federação Paulista de Futebol, nem a Confederação Brasileira de Futebol reconhecem a SAF, pois não houve formalização junto às entidades.

SAF no futuro

Vilela disse ao Diário que, no momento, não pensa em nova SAF no América. "O clube estava sendo entregue por valor irrisório. A promessa era R$ 18 milhões, mas não tinham um tostão para investir. Se a Portuguesa vale R$ 1 bilhão, o América vale muito mais que esses irrisórios R$ 18 milhões", disse o presidente, referindo-se ao valor divulgado para transformação da Lusa em SAF.

A reportagem não conseguiu contato com Italiano, ex-presidente do América, na tarde desta sexta-feira, 6.

(Colaborou Arthur Riva)