Acusados de matar adolescente em Rio Preto vão passar por acareação

Acusados de matar adolescente em Rio Preto vão passar por acareação

O delegado André Amorim, da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto, vai realizar nesta semana uma acareação entre os três homens presos sob acusação de homicídio e ocultação do corpo da adolescente Giovana Almeida, de 16 anos.

Desde sexta-feira, 15, estão encarcerados o empresário Gleison Luís Menegildo e seus funcionários Anderson Luis Barella e Cleber Danilo Partezani, todos por força de mandados de prisão temporária.

Segundo Amorim, o objetivo da acareação é confrontar as versões apresentadas pelos suspeitos. A oitiva começa nesta terça-feira, 19.

Giovana estava desaparecida desde 23 de dezembro de 2023, quando participou em Rio Preto de uma festa de confraternização na empresa de Gleison, com quem mantinha relacionamento, de acordo com a mãe da vítima.

As investigações apontam que, durante a festa, Gleison e Anderson teriam mantido relações sexuais com a adolescente no escritório da empresa. Logo em seguida, Giovana morreu, supostamente por overdose de entorpecentes.

SUMIÇO DO CORPO

Diante da situação, em vez de acionar o Samu ou o Corpo de Bombeiros, o empresário teria encerrado a festa sem explicar os motivos. Quando todos foram embora, ele e Anderson colocaram o corpo da jovem em uma caminhonete. Antes de seguir para Nova Granada, Gleison teria ligado para o caseiro Cleber, pedindo que abrisse uma cova em uma área afastada da propriedade rural.

Para o delegado, a hipótese de homicídio se sustenta justamente pela omissão em não socorrer a vítima, o que pode ter contribuído diretamente para a morte da adolescente.

O corpo de Giovana foi encontrado oito meses depois, em agosto de 2024, após uma denúncia anônima. Ela estava enterrada de forma clandestina na fazenda de Gleison, em Nova Granada. Na ocasião, o empresário e o caseiro foram presos em flagrante por ocultação de cadáver, mas acabaram soltos após pagamento de R$ 22 mil de fiança.

A polícia também descobriu, durante as investigações, o relacionamento sexual entre Anderson e Giovana, mas ainda há dúvidas se o envolvimento começou antes da festa ou ocorreu apenas naquela ocasião.

Após a acareação, o delegado Amorim deve concluir o inquérito policial e decidir sobre o indiciamento dos três suspeitos. O relatório final também vai trazer os resultados do laudo pericial realizado nos restos mortais da vítima.

Além das acusações de homicídio e ocultação de cadáver, Gleison ainda responde por posse ilegal de drogas (cocaína) e porte ilegal de armas, apreendidas em um cofre na sede da empresa.

Outro lado, o advogado de defesa do trio, Carlos Sereno, afirma que a acareação de seus clientes indica que a Polícia Civil ainda não tem provas robustas do envolvimento deles na morte de Giovana.