Acusados de matar personal vão a júri popular em Rio Preto

A juíza Carolina Castro Andrade Silva marcou para o dia 30 de setembro o julgamento do casal Sidileide Normanha da Paixão Santos e Joel Fernandes Santos, acusados de matar a personal trainer Andressa Serantoni, em agosto de 2020, em Rio Preto.
Presos desde o crime, Sidileide e Joel serão submetidos a júri popular. Eles serão julgados por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de tentativa de homicídio contra um vizinho que tentou ajudar Andressa e também foi ferido pelo casal.
O caso
Andressa foi assassinada a facadas no início da tarde do dia 12 de agosto de 2020, pelos vizinhos Sidileide e Joel, no bairro Anchieta, em Rio Preto. Na ocasião, testemunhas afirmam que Sidileide tinha ciúmes da vizinha, que era jovem e bonita.
Conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público, no dia em que foi morta, a personal trainer havia questionado o casal sobre o motivo de estar sendo filmada, o que desencadeou uma discussão. Andressa foi contida por Sidileide, que então chamou o marido. Joel, que trabalhava como jardineiro, aproximou-se com duas facas, entregando uma delas à mulher. Os dois atacaram Andressa, que sofreu graves ferimentos por todo o corpo e morreu ainda no local.
Transtornos
Laudos do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc) indicam que Sidileide apresenta quadro de transtorno psicótico e transtorno delirante orgânico, com recomendação de internação compulsória por pelo menos dois anos. No caso de Joel, os peritos apontaram que ele sofre de folie à deux — um transtorno delirante induzido —, mas que teria mantido a capacidade de compreender o caráter criminoso do ato.
Para o juiz Luís Guilherme Pião, que determinou que o casal fosse a julgamento popular, Joel tem condições de ser julgado por um tribunal do júri. Sobre Sidileide, o juiz argumentou na ocasião que, apesar do diagnóstico, não há registros médicos anteriores ao crime que confirmem o transtorno à época do homicídio. Por isso, também será submetida ao julgamento popular.