América é condenado a multa de R$ 5 mil por ato discriminatório

O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) condenou o América Futebol Clube a pagamento de multa no valor de R$ 5 mil e perda de três pontos no Campeonato Paulista sub-17 por praticar ato discriminatório contra um jogador do time do Rio Preto. O caso aconteceu durante partida realizada no estádio Benedito Teixeira, o Teixeirão, no dia 24 de maio e rendeu até registro de boletim de ocorrência pelo pai do atleta que foi alvo de ofensas homofóbicas.
O Diário apurou que o julgamento foi realizado no dia 24 de junho pelo Tribunal Pleno e Comissões Disciplinares.
De acordo com a ata 78/2025, a Comissão Disciplinar condenou, por unanimidade, o Rubro por infringir o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que é Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Conforme o Diário noticiou no dia 25 de junho, o pai de um adolescente de 15 anos, jogador do Rio Preto Esporte Clube, denunciou à Polícia Civil que o filho foi alvo de ofensas homofóbicas durante partida contra o América.
De acordo com o relato do homem, quando o adolescente entrou em campo, a torcida organizada do Diabo direcionou à vítima xingamentos como “bicha” e “viado”. O jovem jogador ainda teria sido alvo de ameaças de agressão. O caso foi comunicado ao “diretor do jogo”, segundo o registro policial.
“Fiquei satisfeita com a decisão, porque somos uma torcida de pais e mães, e estamos lá para apoiar os meninos, independente do time ser adversário ou não. Não admito xingamentos a nenhum atleta. Se esses meninos não tiverem apoio da torcida, terão de quem?”, manifestou a mãe do atleta sobre a sentença.
Em nota, o América afirmou que repudia qualquer forma de discriminação e preconceito e que " embora respeite a decisão do TJD", discorda da sanção imposta, por considerá-la "excessiva e desproporcional", sinalizando que pretende recorrer.
Tanto o Rio Preto quanto o América foram julgados por supostamente deixarem de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordem causada pela torcida. Neste caso, ambos clubes foram absolvidos.
O Rio Preto Esporte Clube foi procurado, mas não quis se manifestar.