Documentário produzido em Rio Preto expõe barreiras da desigualdade de gênero na música
A cantora rio-pretense Fernanda Toscano lança na quinta-feira, 29, o documentário “Música, sim, misoginia, não!”, que lança luz sobre as histórias, desafios e lutas enfrentadas por três mulheres talentosas na cena musical de Rio Preto. A produção audiovisual estará disponível no canal do YouTube @musicasimmisoginianao, a partir das 20h.
O documentário revela a realidade do preconceito e da misoginia no universo da música através das vozes das cantoras Fernanda Toscano, idealizadora do projeto, Késsia Dias e Nicoly Maia, abordando com sensibilidade as dificuldades e as conquistas que marcaram suas carreiras.
O projeto “Música, sim, misoginia, não!” foi viabilizado pelo fomento da Lei Paulo Gustavo, por meio Secretaria Municipal de Cultura de Rio Preto, Ministério da Cultura e Governo Federal.
INSPIRAÇÃO
Fernanda revela que sempre teve o desejo de criar uma obra audiovisual na forma de um documentário. O momento perfeito surgiu com a Lei Paulo Gustavo.
“Ao longo da minha carreira, enfrentei muitos desafios no cenário musical, principalmente por ser mulher e por ser também a líder da minha própria banda, a Madre Santo. Experimentei preconceito tanto nos shows, com comentários de teor sexual, quanto na hora de negociar contratos, ocasiões em que enfrentei atitudes capacitistas. Decidi, então, convidar amigas da profissão de Rio Preto para compartilhar nossas histórias e tentar provocar mudanças”, conta.
DESIGUALDADE
Com histórias emocionantes e inspiradoras, o documentário visa expor e denunciar as barreiras impostas pela desigualdade de gênero, por meio da valorização da resiliência e da força dessas artistas.
“Para mim, é a realização de um sonho. Quero inspirar outras mulheres, tanto do meio musical quanto de outras áreas, e denunciar a misoginia existente na indústria musical. Meu objetivo é mostrar que as mulheres podem alcançar muito mais do que imaginam e que sempre poderão contar com nosso apoio. Afinal, o lugar da mulher é onde ela quiser estar! Juntas, somos mais fortes”, ressalta Fernanda.
Para a cantora, graças às lutas femininas do passado, mais mulheres estão conquistando cada vez mais espaço. “Sinto que este é meu lugar de fala. Sinto-me realizada e orgulhosa por saber que minha voz será ouvida. Espero que este documentário ajude e inspire outras mulheres a acreditarem que elas podem alcançar tudo o que desejam”, completa.
Há 16 anos, Fernanda Toscano comanda a Madre Santo, banda eclética que abraça diferentes hits musicais e são especialistas em casamentos, formaturas e eventos corporativos. Para o processo de produção do documentário, a cantora contou com uma equipe de profissionais que a apoiaram.
“Foi uma experiência completamente nova para mim e me tirou da minha zona de conforto, mas foi extremamente gratificante. Trabalhei com uma equipe profissional que me apoiou em todas as etapas do processo criativo, incluindo roteiristas, diretores de cena e equipe de filmagem. Graças ao trabalho deles, consegui transformar minha ideia em algo realmente especial”, finaliza a artista. (Colaborou Victória Oliveira)