Em audiência na Câmara, Bottas volta a reclamar de falta de recursos e fala em recadastramento

O secretário de Saúde de Rio Preto, Rubem Bottas, voltou a criticar o déficit orçamentário da pasta. A manifestação ocorreu durante audiência pública realizada na Câmara Municipal para prestação de contas do primeiro quadrimestre do ano. A audiência foi conduzida pelo presidente da Comissão de Saúde, vereador Celso Peixão (MDB).
Além da crítica recorrente às limitações orçamentárias, baseadas no orçamento municipal elaborado no ano anterior, Rubem Bottas informou que a Secretaria de Saúde irá fazer um recadastramento dos usuários da rede municipal.
De acordo com o secretário, o déficit atual da pasta é de R$ 74 milhões. O número corresponde à diferença entre a previsão de receita e as despesas acumuladas em 2025. Ele afirmou que esse valor chegou a ser de R$ 140 milhões no início do ano.
“Não podemos fazer mais e melhor porque temos hoje um déficit (..). É muito importante deixar aqui consignado, claro para esta Casa, que não há dinheiro. Há contratos que estão terminando, contratos caros”, disse.
Bottas citou, por exemplo, contrato com a Funfarme, que gira entre R$ 15 milhões a R$ 19 milhões por mês, que irá terminar em junho. Em março, a Prefeitura prorrogou o contrato até junho, com aumento de até 41% no teto mensal de despesas.
O secretário também disse que espera mais recursos da União e do Estado. “O SUS deve contar com a participação da União, do governo estadual e do município. Se faltar recurso da União ou do Estado, o município é o responsável. Não estão chegando os recursos que nós precisamos que cheguem”, complementou Bottas.
O secretário pediu, ainda, destinação de emendas de vereadores para a Saúde, bem como de deputados estaduais e federais.
Outro ponto abordado na audiência, inclusive por vereadores, foi o número de prontuários ativos na rede de saúde do município e a população estimada da cidade. Segundo o secretário, Rio Preto tem atualmente cerca de 1,1 milhão de prontuários médicos ativos, enquanto a cidade conta com aproximadamente 500 mil moradores.
“Tem alguma coisa errada. Para entender como é necessário recadastramento e como isso impacta na saúde do município, desde o ponto de vista financeiro como assistencial. A gente não consegue atender da forma como gostaríamos o munícipe porque tem outras pessoas utilizando endereços ou artifícios para serem atendidas aqui”, afirmou o secretário.
O recadastramento, segundo ele, será realizado de forma gradual.
Orçamento
A Lei Orçamentária Anual (LOA) em vigor, elaborada no ano passado, prevê R$ 670 milhões para a Saúde. Com as atualizações promovidas ao longo do ano, o valor passou a ser de R$ 720 milhões. Segundo o balanço apresentado, a secretaria teve aumento de 35% nas despesas no primeiro quadrimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento de gastos foi creditado à epidemia de dengue registrada em Rio Preto.