Justiça condena quatro por furto milionário a apartamento em Rio Preto

Justiça condena quatro por furto milionário a apartamento em Rio Preto
Dois integrantes, bem-vestidos, fingiam ser parentes de moradores para conseguir acesso ao edifício; câmera de monitoramento ajudou a identificá-los (Reprodução)

A Justiça de Rio Preto condenou quatro homens a penas que variam de quatro a seis anos de prisão por envolvimento em um furto milionário a um apartamento localizado na região central de Rio Preto. O crime aconteceu em março do ano passado. Acusado de furto qualificado, associação criminosa e corrupção de menor, o grupo causou um prejuízo de R$ 1,5 milhão à proprietária do imóvel, uma empresária.

Segundo informações do processo, os réus selecionavam condomínios de alto padrão, aproveitando falhas na segurança. Dois integrantes, na maioria das vezes um casal, fingiam ser moradores ou visitantes, os quais ingressavam no interior do prédio, onde conseguiam invadir o apartamento alvo.

Enquanto vasculhavam cômodos à procura de bens e valores, eram municiados de informações estratégicas pelo restante do grupo que dava cobertura do lado de fora, por meio de ligações telefônicas e aplicativo de mensagens.

Para cometerem o crime em Rio Preto, os homens contaram com o auxílio de uma adolescente de 17 anos.

Investigação

As investigações, conduzidas pelo delegado Paulo Buchala Júnior, da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), apontam que Yago Silva Palácio e a adolescente conseguiram entrar no prédio se passando por visitantes.

Sem despertar suspeita, eles arrombaram a porta do apartamento da vítima e reviraram os cômodos, colocando joias, relógios, pertences pessoais e valores em dinheiro em uma bolsa e uma mala de viagem. Na parte externa do prédio, Luan Tavares do Nascimento e Walber da Silva de Farias ficaram vigiando e dando cobertura ao casal, enquanto Yago da Silva Angeli Machado atuou como motorista do grupo, utilizando Citroen Aircross para garantir a a fuga dos criminosos.

Após o furto milionário, o grupo retornou para a capital paulista, onde vendeu os itens a receptadores,dividindo o lucro entre todos.

Os integrantes foram identificados por meio de câmeras de monitoramento, impressões digitais e quebra do sigilo telefônico.

Euros, dólares e joias

Em depoimento, a vítima relatou que saiu por volta de 12h30 e retornou às 16h15, constatando que os cômodos estavam revirados. No cofre havia R$ 310 mil da venda de uma casa, 1.025 euros e 1.032 dólares. Diversas joias em ouro, brilhantes e pérolas, entre anéis, brincos, braceletes e correntes também foram levados. As peças, conquistadas durante toda a vida, estavam avaliadas em R$ 1 milhão.

Durante o julgamento, os quatro réus confessaram participação no crime.

“No presente caso houve premeditação, com planejamento, estrutura e organização para o êxito do projeto delitivo. Não há que se falar em participação de menor importância quando o agente efetua divisão de tarefas com aquele que concorre para a prática do crime, especialmente quando a sua atuação é fundamental para a consecução do delito, como é o caso dos autos. Assim, satisfatoriamente comprovadas a autoria e a materialidade, a condenação é medida que se impõe”, escreveu a juíza da 3ª Vara Criminal, Carolina Marchiori Bueno Cocenzo.

Castigo

Multireincidente em crimes de furto, Yago Angeli foi o que pegou a maior pena: 6 anos e 6 meses de reclusão. Luan e Walber foram condenados a mesma pena de 4 anos e 11 meses de reclusão. E Yago Palácio recebeu a sentença de 4 anos e 3 meses.

A adolescente que auxiliou o grupo foi julgada pela Vara da Infância e Juventude e condenada a medida socioeducativa.

Os réus estão presos preventivamente, mas cabe recurso da sentença.