Morte por coqueluche no Paraná acende alerta em Rio Preto
O Ministério da Saúde recomendou que profissionais de educação que trabalham com crianças de até 5 anos devem se vacinar contra a coqueluche. Em Rio Preto, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu um comunicado reforçando a orientação da pasta federal.
A medida foi tomada após a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná registrar a morte de um bebê de seis meses com a doença. O País não contabilizava mortes por coqueluche desde 2020.
Segundo o comunicado da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Preto, todos os trabalhadores que tenham contato frequente com crianças menores de cinco anos, não vacinados ou que tenham recebido a vacina há mais de dez anos, devem receber a dose.
Segundo a pasta, a vacina dTpa adulto, que, além da coqueluche, protege contra difteria e tétano, é normalmente disponibilizada na rede pública apenas para gestantes e profissionais de saúde. No entanto, diante da orientação do Ministério, o imunizante agora está disponível também para os trabalhadores da educação pré-escolar.
"Para se vacinar, o funcionário deve procurar a UBS mais próxima e comprovar o vínculo com a escola e o contato com as crianças menores de cinco anos. A comprovação pode ser feita por meio de uma declaração emitida pela escola", informa a pasta.
Prevenção
Ainda conforme a Saúde, a medida visa evitar que os funcionários sejam infectados e transmitam a doença para outras pessoas na escola, principalmente crianças pequenas, que são mais vulneráveis a complicações, podendo ocasionar surtos nas unidades escolares. "A vacinação também evita que esses profissionais levem a doença para familiares e amigos fora do ambiente de trabalho", diz a nota.
Nos últimos 10 anos, Rio Preto registrou 81 internações por coqueluche, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria (78) foi em crianças menores de um ano de idade.
O município não registra internações pela doença desde 2022, quando foram contabilizados dois casos, ambos em bebês.
Rio Preto contabiliza quatro mortes por coqueluche desde o início da série histórica, em 2006. Dois óbitos foram registrados em 2012, um em 2013 e um em 2014. Todas as vítimas tinham menos de um ano.
Entenda
Causada pela bactéria Bordetella pertussis e conhecida também como tosse comprida, a coqueluche é uma infecção respiratória que, na primeira fase da doença, tem sintomas muito semelhantes aos da gripe, o que dificulta o diagnóstico logo de início. Ela é transmitida pelo contato com secreções de uma pessoa contaminada, seja em objetos infectados ou por gotículas disseminadas na fala e na tosse.
Nesse cenário, há grupos que estão mais vulneráveis a manifestações graves, especialmente bebês com até seis meses. Se forem contaminados pela bactéria da coqueluche, eles podem apresentar complicações como desidratação, pneumonia, convulsões e lesão cerebral. Por isso, são os mais afetados quando se olha para a mortalidade da doença.
A coqueluche é uma infecção prevenível por meio da vacinação, feita com o imunizante pentavalente, com aplicação gratuita pelo SUS aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses.
(Com Agência Estado)