MP arquiva inquérito sobre homicídio de motorista de app em Rio Preto

A Justiça de Rio Preto arquivou por falta de provas o inquérito criminal que investigava as circunstâncias do homicídio contra o motorista de aplicativo Edson Silvério Alves, de 57 anos, que, mesmo baleado na cabeça, dirigiu até a Santa Casa de Rio Preto, onde pediu socorro. O caso aconteceu em junho de 2022.
Segundo informações do processo, por volta das 20h, o homem chegou em um Peugeot preto, invadiu o Pronto Socorro da Santa Casa e logo caiu inconsciente. Ele tinha três ferimentos de arma de fogo na cabeça, dois no tórax e um no abdômen. Ao retirar o projétil, laudo confirmou que se tratavam de munições de revólver calibre 32. Edson morreu duas semanas depois.
Versões
À Polícia Civil, a ex-namorada da vítima relatou que recebeu um telefonema de um médico da Santa Casa informando que Edson teria sido baleado por um passageiro durante um desentendimento.
Outra testemunha disse em depoimento que o motorista sofreu ameaça de morte dias antes, porque estava movendo processo contra uma mulher que o enganou na venda de um rancho. Ele foi baleado no dia em que esta mulher recebeu a intimação do oficial de justiça – informação confirmada pelo Diário. A suspeita do homicídio recaía sobre o companheiro dela.
A ação movida por Edson pedia R$ 90 mil de danos materiais, porque a mulher vendeu a ele uma propriedade em Fronteira (MG) que era alvo de disputa por herança.
Sem provas
O fato de a Polícia Civil não ter informações sobre o endereço onde aconteceram os disparos impossibilitou a busca por câmeras de monitoramento. O casal investigado foi ouvido e negou qualquer envolvimento no crime.
“Não houve testemunha alguma do fato, o local dos disparos não foi identificado e não pode ser colhido qualquer vestígio ou prova que ligasse o investigado à autoria do crime que por ele foi também negada”, escreveu o promotor Evandro Ornelas Leal.
A juíza Luciana Cochito, da 1ª Vara Criminal, acompanhou o entendimento e determinou o arquivamento do inquérito.
A reportagem não localizou familiares de Edson para comentar a decisão.
Morte suspeita
Outro caso arquivado é o da morte do aposentado Isadil Ferreira da Silva, aos 66 anos, cujo corpo foi encontrado em fevereiro do ano passado na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Semae, localizada na rodovia Délcio Custódio da Silva.
O caso aconteceu logo após o idoso agredir o enteado com uma marretada na cabeça durante um desentendimento na casa onde ele morava, no bairro Duas Vendas.
O enteado foi investigado, mas a Polícia Civil identificou que ele não teve participação na morte. Enquanto o rapaz era atendido na UPA, onde recebeu sutura na cabeça, Isadil foi visto chorando por um vizinho. O idoso achava que tinha matado o enteado. A suspeita é que ele tenha tirado a própria vida.