MP denuncia mulher que exigiu dinheiro para devolver shih-tzu em Rio Preto

O Ministério Público de Rio Preto denunciou uma catadora de materiais recicláveis de 30 anos pelo crime de extorsão ao exigir dinheiro para devolver um cãozinho da raça shih-tzu que tinha escapado da casa da tutora. A acusada foi detida pela Polícia Civil no local onde combinou com a vítima a entrega do animal, mediante o pagamento de R$ 400.
O caso aconteceu em agosto de 2021, no bairro Residencial Santa Ana. No dia 10 daquele mês, Léo, um cachorro de quatro anos, escapou de casa e a tutora iniciou uma campanha pelas redes sociais para tentar encontrar o animal de estimação.
Por meio de câmeras de monitoramento, ela descobriu que o pet estava na esquina da casa dela quando foi levado pelo passageiro de um Gol prata.
Cinco dias após o desaparecimento do animal, ela recebeu o telefonema de uma mulher que alegou estar com o cachorro, mas disse que só devolveria mediante o pagamento de R$ 400.
A vítima pediu uma prova e a suspeita enviou uma foto do Léo pelo WhatsApp. No momento, a tutora só tinha R$ 200 e tentou convencer a mulher a aceitar o valor, mas a autora foi irredutível. Sem a quantia, a dona do cãozinho pediu ajuda à Polícia Civil.
Orientada por investigadores, ela fingiu aceitar o acordo e combinou um encontro em frente à UPA Jaguaré.
A acusada seguiu para o local acompanhada da mãe, que estava com o shih-tzu no colo. No momento em que a vítima se aproximou com o pagamento, os policiais fizeram o flagrante.
A mulher não foi presa porque alegou que estava apenas intermediando a entrega do animal, a pedido do homem que teria encontrado o cão, porém, se recusou a fornecer qualquer informação sobre a identidade do suposto comparsa.
Na delegacia, ela teria dito para a tutora “curtir bem o cachorrinho”, acrescentando que sabia onde ela morava. A vítima entendeu a fala como uma ameaça.
Já a mãe dela afirmou que a filha apenas a chamou para acompanhá-la, sem dizer onde iriam e o que fariam.
“Mudei de casa e de telefone. O Léo está com a gente até hoje e é o nosso grande amor, o xodó da família”, afirmou a dona do cachorro ao Diário.
A denúncia de extorsão foi apresentada pelo promotor Rodolfo Strazzi Arcangelo Pereira. “Deixo de propor desde logo acordo de não persecução penal por se tratar de crime praticado mediante grave ameaça”, escreveu.
O juiz Rodrigo Ferreira Rocha, da 2ª Vara Criminal, analisou a peça e remeteu ao Ministério Público para que esclareça se arquiva o caso em relação à mãe. A acusada ainda não nomeou advogado. A reportagem tentou contato telefônico, mas ela não atendeu as ligações.
O crime de extorsão prevê pena de 4 a 10 anos de reclusão.