Mutirão contra o câncer de pele em Rio Preto encaminha 21% dos atendidos para biópsia

Mutirão contra o câncer de pele em Rio Preto encaminha 21% dos atendidos para biópsia
João Roberto Antônio, chefe do Departamento de Dermatologia da Funfarme, examina paciente durante o mutirão (Divulgação/HB)

Mais de 200 pessoas de Rio Preto e região participaram, no último sábado, 7, do Mutirão Contra o Câncer de Pele do Hospital de Base (HB), realizado no estacionamento da instituição. A iniciativa faz parte da Campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para conscientizar sobre o câncer de pele.

Durante os atendimentos, 43 pacientes apresentaram suspeita de lesões pré-cancerosas ou cancerosas, o que representa mais de 21% do total. Desses, 21 já realizaram a biópsia no mesmo dia.

A dermatologista e professora da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Doramarcia Cury, destacou a agilidade do mutirão ao unir triagem e biópsia em uma única data. "Com isso, geramos uma agilidade no diagnóstico, conseguindo assim fazer a retirada cirúrgica de lesões neoplásicas ou malignas mais rapidamente", explica

Segundo o dermatologista João Roberto Antônio, chefe do Departamento de Dermatologia da Funfarme, a prevenção é ainda mais crucial em regiões como Rio Preto, que possui alta incidência de radiação solar. "Temos uma população formada principalmente por imigrantes europeus, com pele olhos e cabelos mais claros, cuja pele acaba sofrendo muito com a influência da irradiação solar. Por essa razão, precisamos levar a conscientização da prevenção do câncer de pele desde a infância, para que as pessoas não sofram os efeitos cumulativos do sol, que com o passar das décadas podem repercutir na formação de lesões pré-cancerosas e cancerosas de pele", ressaltou.

João Roberto Antônio explicou que o câncer de pele se divide em dois principais tipos: não melanoma e melanoma. Os não melanomas são os mais comuns e se originam de ceratoses actínicas, lesões pré-cancerosas causadas pela exposição prolongada ao sol. Elas surgem em áreas como rosto, couro cabeludo, orelhas e mãos e, se não tratadas, podem evoluir para carcinomas.

"Geralmente são pequenas, ásperas ao toque, com cor variando de rosada, avermelhada a marrom clara, ou até esbranquiçada. Elas são mais comuns em áreas expostas ao sol, como o rosto, o couro cabeludo (especialmente em pessoas calvas), orelhas, mãos, braços e colo. Quando não tratadas podem evoluir para o Carcinoma basocelular ou o espinocelular", explica o médico.

Já o melanoma, tipo menos frequente, é também o mais grave e com maior índice de mortalidade. “Em geral, é de aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos, acometendo pernas, tronco, pescoço e rosto. Quando essas pintas mudam seu comportamento, coçando, doendo, crescendo, ou inflamando, pode ser um sinal de transformação maligna. Nesses caso procure um dermatologista para esclarecimento e tratamento. Quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as possibilidades de cura", alertou.

A diretora administrativa do HB, Dra. Amália Tieco, celebrou o sucesso da ação. "Terá um impacto duradouro, salvando vidas e promovendo conscientização da população", afirmou.