Projeto socioeducativo em Rio Preto ensina arte e cultura para as crianças no contraturno

Projeto socioeducativo em Rio Preto ensina arte e cultura para as crianças no contraturno
A garotada do projeto socioeducativo Thales Aprender fez releituras de obras de Frida Kahlo (Guilherme Baffi 12/4/2024)

Quem diz que o único lugar para aprender é a escola, acaba se enganando. O projeto socioeducativo Thales Aprender, uma extensão da Casa de Acolhimento Thales Carvalho Zacharias, teve seu início em junho de 2022 e recebe crianças que não têm com quem ficar durante o contraturno escolar. Elas contam com uma equipe multidisciplinar para desenvolver atividades voltadas para o âmbito artístico, cultural e muito mais; os pequenos mergulham em tarefas que envolvem diversos artistas, como Tarsila do Amaral, Vincent Van Gogh, Cândido Portinari, dentre outros. Em abril, o destaque é para a pintora mexicana Frida Kahlo.

Divididos por turnos–manhã e tarde–são 74 alunos entre cinco e 12 anos que participam do projeto. “As crianças estudam na rede municipal, vêm de famílias de baixa renda, com pais que trabalham fora e não possuem uma rede de apoio com quem deixar os filhos de segunda a sexta-feira. Se elas vão para a escola à tarde, vêm para cá de manhã, e vice-versa”, explica Elizabeth Yano, coordenadora pedagógica do Thales Aprender.

ATIVIDADES

Para dar início às atividades, as crianças passam por um processo de contextualização da vida e dos trabalhos dos artistas. Aprendem sobre a história de cada um, em que época viviam, descobrem estilos, paletas de cores e elementos presentes em cada uma das peças artísticas. Com auxílio da equipe profissional, questionam se estão ligadas a algum tema específico, e também se o contexto histórico, social e político da época influencia nas obras dos artistas.

“Todo este trabalho de contextualização é feito por meio de materiais como enciclopédias, livros, mas também com vídeos e documentários a partir de recursos tecnológicos. Depois disso, as crianças iniciam suas próprias criações e releituras de algumas obras”, diz Elizabeth.

Frida Kahlo

Baseando-se na artista mexicana, os alunos, munidos de tinta guache, caneta preta e bastante criatividade, fizeram releituras do tema natureza morta–gênero artístico que tem como ponto principal a representação de objetos estáticos e inanimados, comuns do cotidiano, como frutas, flores, louças, instrumentos musicais, livros, utensílios domésticos, entre outros.

Dando continuidade às interpretações, a garotada também se caracterizou de Frida e Diego Rivera, marido da pintora. Entre os adereços como lenços, maquiagens e até roupas similares às do casal, os alunos experimentaram com fotografia e desenvolveram trabalhos de dobradura e colagens.

“Além de apresentar a Frida, Van Gogh, Picasso e outros artistas estrangeiros, também incluímos artistas nacionais como os rio-pretenses Orlando Fuzinelli e o Silva”, completa a coordenadora.

Mas o aprendizado no projeto não se resume somente às obras de arte: em diferentes “estações” criadas no ambiente, também são oferecidas atividades esportivas, de ensino da leitura, desenvolvimento da consciência corporal, dança, música, teatro, ioga, recreação, orientação psicológica e até mesmo aulas de inglês.

A origem da casa

A Casa de Acolhimento Thales Carvalho Zacharias foi inaugurada em agosto de 2019 pelo empresário Wellington Zacharias. Em conversas com amigos da Organização Não-Governamental (ONG) Operação Alegria, que visita hospitais levando esperança e auxiliando com produtos de que os pacientes precisam, como itens de higiene, ele descobriu que os voluntários sentiam a necessidade de haver mais casas que acolhessem quem vem de fora em busca de uma nova chance.

Foi assim que Wellington escolheu um imóvel na rua Doutor Raul Silva, no bairro Nova Redentora, para comprar e reformar para receber 28 pessoas, entre pacientes e acompanhantes. Doentes com qualquer patologia, não apenas câncer, podem ser beneficiados, a depender dos encaminhamentos do Hospital de Base e do HCM.

O nome do ponto de apoio é uma homenagem ao filho do empresário, Thales Carvalho Zacharias, que sofreu um acidente de carro em 2010 e morreu seis meses depois, em 2011.

Quem se hospeda no local recebe café da manhã, almoço e jantar e conta com o apoio de psicóloga e assistente social. Os hóspedes têm acesso também a um espaço para lavar roupas e a manutenção é custeada pelo empresário, que aceita doações. Para colaborar, basta entrar em contato com Rita Zeinum pelo telefone (17) 99608-7277.

Para saber mais sobre o projeto Thales Aprender, é possível contatar a casa pelo telefone (17) 99667-7246.