Promotor quer a Delegacia de Homicídios de Rio Preto no caso Giovana

Promotor quer a Delegacia de Homicídios de Rio Preto no caso Giovana
Giovana morreu aos 16 anos e teve o corpo encontrado em fazenda (Reprodução)

O promotor Evandro Ornelas Leal solicitou à Justiça que o caso da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida seja investigado pela Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto. A jovem morreu aos 16 anos, em dezembro do ano passado, e teve o corpo encontrado em uma fazenda de Nova Granada na quarta-feira, 28. Até o fechamento desta edição, a Justiça não havia decidido qual delegacia ficará com a investigação.

Sete dias após a descoberta do caso, o corpo da adolescente permanece no Instituto Médico Legal (IML), sem direito a enterro, porque a investigação não avançou. Um empresário de Rio Preto e o caseiro da fazenda, que foram presos em flagrante por ocultação de cadáver, estão em liberdade após pagarem fiança.

Caso a mudança seja definida pela Justiça, essa será a terceira delegacia a ser indicada como responsável pelo caso. Inicialmente, a investigação seria pela Delegacia de Nova Granada. A pedido do Ministério Público da cidade, o caso foi transferido para Rio Preto, município em que a jovem teria morrido. O Deinter 5 havia definido que a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) assumiria o caso, mas agora há o pedido de encaminhamento para a Deic.

O diretor do Deinter 5, José Luis Ramos Cavalcanti, afirma que será cumprida a decisão da Justiça sobre o local da investigação.

Mudança

Para o promotor Evandro, a mudança deve ocorrer porque há indícios de homicídio. Em depoimento na delegacia de Nova Granada, o empresário disse que a adolescente faleceu após overdose de cocaína, durante uma festa de confraternização na empresa dele, em Rio Preto.

"A versão apresentada pelo investigado contém, em si, falta de verossimilhança suficiente para infirmar – ao menos para fins preliminares – a tese de morte decorrente de overdose por ação própria e exclusiva da vítima. Ora, se havia no local ao menos duas outras pessoas que teriam visto os alegados indícios de overdose, qual a dificuldade de imediatamente acionar o resgate?," escreveu o promotor no pedido. “Essas circunstâncias, aliadas à já constatação de óbito, constituem indícios bastantes de que se está diante de um homicídio.”

Revolta

Mãe de Giovana, Patricia Alessandra Pereira planeja fazer um protesto nesta quarta-feira, 4, para cobrar mais empenho na investigação e punição dos possíveis autores.

“Quero fazer essa manifestação para que a investigação não pare. Porque tem coisa mal explicada. E, hoje, preciso da mobilização das pessoas para não deixar o caso da minha filha cair no esquecimento”, diz a mãe, que contratou o advogado Diego Carretero para atuar como assistente de acusação.

Um dos questionamentos da família é se os demais presentes na suposta festa de confraternização da empresa também serão investigados.