Secretário Robson Vicente quer levar mais ações culturais para os bairros de Rio Preto

Secretário Robson Vicente quer levar mais ações culturais para os bairros de Rio Preto
Com graduação e licenciatura em Música, Robson Nilson Vicente assume a Secretaria de Cultura de Rio Preto após ser maestro da Banda Regimental da Polícia Militar do CPI-5 por cinco anos (Guilherme Baffi 16/1/2025)

Robson Nilson Vicente é um veterano no mundo cultural. Com jeito simples, sorriso largo e fala firme, Robson assumiu a Secretaria de Cultura com o compromisso de manter o calendário proposto para este ano, descentralizar as ações culturais e dialogar com quem faz cultura em Rio Preto.

Robson é graduado em Música (bacharelado e licenciatura), Educação Física e Sociologia. Além disso, realizou pós-graduações em Gestão Pública e Gestão de Pessoas. Casado com Monize Dias, Robson Vicente é pai de Zyon e Victoria.

O novo secretário de Cultura fez carreira na Polícia Militar de São Paulo, chegando a patente de 1º sargento. Ele atuou por 28 anos na Banda Regimental da Polícia Militar do CPI-5, chegando a ser maestro durante cinco anos.

Na PM, ele realizou cursos de Relações Públicas, Regência e Arranjo de Orquestra e Banda Sinfônica, além de curso de Regência, em Tatuí, com o consagrado maestro Dario Sotelo.

Em sua carreira musical, foi o maestro titular e produtor do concerto musical de aniversário dos 60 Anos da Banda Regimental de Música do CPI-5 e ainda pentacampeão de concursos de bandas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

O secretário de Cultura Robson Vicente conversou com o Diário e falou de seus projetos para a pasta. Confira.

Diário da Região: Como o senhor define cultura?

Robson Vicente: Minha relação com cultura vem desde jovem, sempre participando de eventos, estudando muito música, assistindo a muitos espetáculos. A cultura é um conjunto de conhecimento, crenças, valores, normas, hábitos, tradições, expressões artísticas, comportamento das pessoas. Através da cultura, a gente também identifica os grupos sociais que nós temos e a comunidade também a qual as pessoas pertencem.

Diário: O senhor conhece o teor da minuta que existe hoje do Plano Municipal de Cultura, que foi debatida nos últimos dois anos, que está na Procuradoria?

Robson: Sim. Eu tomei um conhecimento dela e nós estamos montando uma equipe. Observei alguns pontos ali para que a gente possa estar conversando com o Conselho Municipal de Políticas Culturais para talvez trazer uma realidade do que nós pensamos da cultura para talvez fazer uma observação ou outra. Mas isso nós só vamos conseguir fazer mesmo para dar o prosseguimento — que é a nossa intenção que o plano siga — após o Janeiro Brasileiro da Comédia. Talvez partir para um debate só para ajustar, mas o plano está bem escrito.

Diário: Um dos itens mais polêmicos no Plano Municipal de Cultura é a questão do 1% do orçamento para a pasta. Como o senhor vê essa questão?

Robson: O 1% do orçamento para a Cultura é importante e foi feito de uma forma pensando sempre quem está lá na ponta, para o artista. Nós também temos que ver como está o cenário financeiro da nossa cidade, do todo, mas o 1% é importante. Enquanto isso não acontece, nós estamos buscando parcerias para atender às necessidades do público cultural no geral. Mas isso do 1%, em determinado momento, vai surgir. Por isso, que talvez é necessário a gente ter essa conversa.

Diário: Na posse, o senhor enfatizou que pretende seguir com o calendário da Cultura para este ano com uma nova roupagem. Como seria essa nova roupagem?

Robson: Vamos aproveitar todo o calendário que está escrito e talvez agregar ao calendário mais participações de culturas locais. Então, nós temos os editais que estão acontecendo, nós temos o próprio FEM, por exemplo. Talvez, agregar mais artistas e gêneros artísticos dentro do calendário. E uma coisa que a gente não abre mão é a descentralização, isso é certo. Dentro do calendário, a gente quer levar mais eventos para os bairros, para as pontas da cidade. Isso na programação do FIT também.

Diário: O senhor afirmou que o FIT está mantido. Já há tratativas para prosseguir a parceria com o Sesc?

Robson: Nós temos também conversado com o prefeito e ele também sinalizou muito positivamente para o FIT acontecer. A parte do Sesc, ele também já está em contato com a diretoria, principalmente do Sesc. Então, nós estamos, na verdade, só guardando passar um pouquinho esse primeiro evento que nós estamos agora (o Janeiro Brasileiro da Comédia) para depois a gente dar esse pontapé melhor para questões do FIT. Lembrando a todos: nós não abrimos mão de levar isso para os bairros e, ao mesmo tempo, nós vamos estudar algumas propostas dos artistas locais para as condições de atender o que nós esperamos para o FIT. Então, os artistas locais estejam preparados terem condições estar participando do FIT deste ano.

Diário: E quanto aos curadores para o FIT?

Robson: É sempre bom dar oportunidade para novos curadores, mas que tenham condições; não chamar qualquer um para a qualidade cair, essa não é a nossa intenção. Queremos ver os curadores que nós temos por aqui, dentro da nossa cidade, e se preciso for vamos sempre dando novas oportunidades para aquele que tem condições. Nós não vamos trazer nenhum marinheiro de primeira viagem. Nós vamos manter o FIT no nível que vem até hoje e até melhor.

Diário: O que a população pode esperar do FIT a partir deste ano?

Robson: Nós estamos ansiosos para, passando o Janeiro Brasileiro da Comédia, debruçarmos na questão do FIT. Mais uma vez, vamos ter espetáculos locais, de grupos locais, que atendam também as novidades que a gente quer para a cidade. O público do FIT pode esperar que vem muita coisa boa pela frente, vem mesmo, com certeza para todos os públicos e classes que nós temos aqui em São José do Rio Preto.

Diário: Como o senhor pretende manter as leis de incentivo a cultura e editais, como Aldir Blanc, Nelson Seixas, Paulo Gustavo? Como deve ser a seleção das propostas?

Robson: Vamos manter todas as leis. Uma coisa que nós observamos é que muitos contemplados não tinham talvez um certo apoio, até publicitário, de onde eles estavam fazendo as suas apresentações, onde eles estavam expondo. Então, nós vamos pegar todos esses que ganharam e a gente pretende criar uma agenda paralela para dar apoio para esse artista para que ele não fique perdido após a contemplação. Muitos artistas ficavam procurando um lugar para fazer, então, nós aqui da cultura podemos dar um apoio, um suporte, indicando o lugar que ele queira fazer uma apresentação. Então, a gente está aqui para auxiliar esses contemplados.

Diário: Como músico de formação, que já atuou como maestro da Banda Regimental do CPI-5, como o senhor vê a atual Orquestra Sinfônica e quais os planos para melhorá-la? Pretende abrir concurso público para músicos e maestro?

Robson: O que eu tenho conversado com a equipe e visto é que aqui em São José do Rio Preto existem vários maestros e cada maestro tem a sua orquestra, na qual eles cuidam dos seus músicos. Vinculado hoje à Prefeitura, com dinheiro público, nós não temos nenhuma orquestra. O importante é que tenham várias orquestras, isso é muito importante. Eu não posso falar da Orquestra Sinfônica em questão, porque ela não é de uma administração pública, ela não é da Cultura.

Então, eu não posso falar como que é regida, se ela tem um estatuto e tudo mais se hoje nós não temos uma orquestra que represente a Secretaria de Cultura ou a Prefeitura. Como é uma promessa de campanha do próprio Coronel Fábio, a nossa ideia inicial é ver se a gente consegue também parceiros, até mesmo financeiros, para dar um aporte. Assim, a gente pega os músicos daqui da nossa cidade, através de um concurso interno, talvez; ainda vamos analisar uma forma como serão feitos os testes para as pessoas fazerem parte desta orquestra. Mas hoje nós não temos, de fato, nenhuma orquestra que tenha um vínculo com a Cultura e com a Prefeitura.

Diário: Rio Preto carece de um espaço para receber shows, que atualmente usam a estrutura do Centro Regional de Eventos. Há ideias para criar um novo espaço propício, dedicado a receber essas apresentações?

Robson: As secretarias vêm conversando e essa gestão é tão maravilhosa, porque todos se conversam, todos têm um trabalho muito junto. A gente ainda vai sentar para conversar, porque nós estamos aqui há poucos dias, principalmente na minha parte da Cultura. Este é um trabalho que eu creio que tem que envolver Cultura, Turismo, tem que envolver Planejamento; são várias pastas que precisamos sentar para se criar um projeto; às vezes, ver o ponto onde vai ser esse centro eventos. Mas esse desejo aí está no coração do prefeito e nós vamos dar tudo para realizar.

Diário: Muito se falou que no mandato do Coronel Fábio Candido não haveria Cultura. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Robson: Se não fosse existir cultura, creio que nem eu estaria aqui (risos). Mas o nosso prefeito, Coronel Fábio, tem dado todo apoio, ele tem dado liberdade para trabalhar. A cultura da nossa cidade está de vento em popa, porque nós vamos cumprir todo o calendário. Eu tenho falado muito isso, de agregar mais eventos nessa cidade, inclusive de formação e capacitação. O Coronel tem dado sinal verde e vocês vão vê-lo muito nos eventos da nossa cidade, porque ele é um apaixonado pela arte, pela cultura. Então, isso foi em campanha, mas foi um momento para talvez tentar desestabilizar o Coronel, mas não funcionou.

Diário: O Janeiro Brasileiro da Comédia começa nesta semana. O que o público pode esperar?

Robson: O festival foi preparado com atenção e carinho. Nós pegamos uma orientação que tivemos na equipe de transição: conversamos com o Jorge Vermelho, conversamos com o Ganga. Devido ao tempo, eles nos orientaram a forma de como fazer o Janeiro Brasileiro da Comédia e nós agradecemos por isso. Ao mesmo tempo, falo para o público: vá assistir às apresentações do JCB, porque os espetáculos são para família, são para as crianças. Os espetáculos estão nos bairros também, nós temos o circo itinerante, então a gente pede que a população vá assistir, vá prestigiar. Está tudo muito perfeito e a risadaria é garantida.