Segurança do Palmeiras pede inclusão de vídeo e indica testemunhas no caso Marcondes

Segurança do Palmeiras pede inclusão de vídeo e indica testemunhas no caso Marcondes
Fábio Marcondes no estádio em Mirassol durante a confusão (Reprodução/TV Tem)

O advogado do segurança do Palmeiras Adilson Antônio de Oliveira protocolou nesta segunda-feira, 17, pedido para ser incluído vídeo para perícia no inquérito da Polícia Civil que investiga suposta injúria racial por parte do vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes (PL). E ainda solicitou a inclusão de duas testemunhas para serem ouvidas sobre caso.

O segurança registrou boletim de ocorrência depois que foi chamado de "lixo e "macaco velho" pelo vice-prefeito após partida entre Mirassol e Palmeiras, no dia 23 de fevereiro. O caso está a cargo da Delegacia Seccional de Rio Preto. Vídeo da confusão foi registrado por equipe de reportagem da TV Tem. Marcondes afirma que agiu em defesa de seu filho, que já prestou depoimento na polícia.

Licenças
Após duas licenças por prescrição médica, Marcondes retomou as atividades de vice-prefeito nesta segunda-feira, 17. Após o episódio, ele foi exonerado, oficialmente a pedido, pelo prefeito Coronel Fábio Candido (PL) do cargo de secretário de Obras.

A defesa de Adilson afirma na petição que as ofensas "estão devidamente demonstradas, sendo certo que dúvida alguma existe a respeito, tanto da sua efetiva ocorrência, quanto da sua autoria".

Além dos vídeos encaminhados pela emissora, incluídos nas reportagens, o segurança solicitou a inclusão da mesma gravação em separado e com legendas para serem analisados pela perícia. O advogado solicitou, em complemento às imagens/mídias já fornecidas nos autos a gravação "acrescida apenas com legendas".

O vídeo tem 1 minuto e 36 segundos e é o mesmo divulgado pela emissora sobre o caso, que teve repercussão nacional. O segurança pede que o vídeo seja incluído para a perícia "comprovar sua autenticidade, integralidade e, claro, veracidade".

A defesa de Adilson também solicitou a inclusão de duas testemunhas, sendo uma delas o chefe do departamento de segurança do Palmeiras. O segurança afirmou ainda, na petição, que até hoje sente "os nefastos efeitos morais/psicológicos decorrentes das covardes injúrias proferidas pelo averiguado".

O advogado Edlênio Xavier Barreto, que atua na defesa de Marcondes, afirmou que não irá se manifestar. "Em respeito ao ilustríssimo delegado de polícia que decretou o sigilo do caderno investigativo, a defesa não irá se manifestar sobre a apuração em andamento", justificou.

Depoimento
O filho de Marcondes, que também chama Fábio, foi ouvido no inquérito e disse que o segurança "começou a gritar, xingar, empurrar o declarante, mandando sair dali imediatamente". Os termos de declarações foram anexados na sexta-feira, 14.

O filho do vice-prefeito disse à polícia que não tinha credencial para estar perto do vestiário do Palmeiras e que acompanhava o filho de um amigo de Marcondes. Disse acreditar que teve essa abordagem porque ele estava com a camisa do Mirassol. Afirmou, ainda, que posteriormente teve "uma confusão generalizada entre o pai e parte da delegação do Palmeiras".

Ao ser questionado se havia ouvido termos usado por Marcondes ao segurança, o filho do vice-prefeito disse que lembrava do que o segurança teria dito no início e que, depois que a confusão ficou generalizada, "passou a se preocupar com a possibilidade de algo pior acontecer e não prestou atenção no que foi dito por qualquer pessoa".

Retorno
Segundo a assessoria do prefeito de Rio Preto, Marcondes retomou nesta segunda, 17, "suas funções institucionais inerentes ao cargo" de vice-prefeito. A assessoria também disse que o vice fica em uma sala no quarto andar da Prefeitura.

Sobre a Secretaria de Obras, o Coronel afirmou que o "atual responsável pela pasta, Nelson Guiotti, está realizando um ótimo trabalho, indicando que não há urgência na nomeação de um novo secretário." Guiotti acumula a Secretaria da Fazenda. A assessoria ainda afirma que "a indicação de secretários municipais é uma prerrogativa exclusiva do prefeito".