STF determina que SP siga regras do Ministério da Justiça sobre câmeras corporais da PM

STF determina que SP siga regras do Ministério da Justiça sobre câmeras corporais da PM
Câmera corporal em uniforme de policial militar de São Paulo: polêmica (Rovena Rosa/Agência Brasil)

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo de São Paulo "mantenha o compromisso firmado com a Corte" de implementar o uso de câmeras corporais na Polícia Militar de acordo com as regras estabelecidas pelo Ministério da Justiça (MJ). Apesar de entender um alinhamento entre o modelo adotado pelo governo estadual com as diretrizes do MJ, Barroso afirma que a Corte irá acompanhar a implementação do sistema.

Segundo a decisão, o governo paulista deve informar ao STF cada etapa do processo licitatório para a aquisição dos equipamentos e apresentar um relatório sobre a efetividade das novas câmeras contratadas e do software desenvolvido para gravação. "Em caso de desempenho insatisfatório, esta Presidência voltará a atuar", pontua a decisão de Barroso.

Na semana passada, Tarcísio se reuniu com o ministro no STF. Ele defendeu o novo modelo e disse que as regras para o uso dos aparelhos foram definidas a partir de critérios técnicos.

Barroso considerou que não há descumprimento dos compromissos apresentados pelo Estado, mas que "o novo modelo de câmeras deve ser tecnicamente viável e eficaz em seu funcionamento, o que não é possível apreciar nesta fase do processo licitatório". Ele afirmou que é necessário que o Núcleo de Processos Estruturais e Complexos do STF (Nupec), que já esteve em São Paulo na semana passada para examinar in loco a situação das câmeras, continue o monitoramento.

Segundo último edital do governo paulista para compra das câmaras, a gravação de vídeos pelo equipamento deverá ser realizada de forma intencional, ou seja, o policial será responsável pela escolha de gravar ou não uma ocorrência. O Executivo vem defendendo que o novo modelo evita a gravação desnecessária de imagens, barateando custos de armazenamento, e preserva a bateria do equipamento.

Tarcísio também diz que haverá alternativas para que o equipamento seja acionado de forma remota por agentes do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), por exemplo.

Nesta tarde, o governador reconheceu que a polêmica envolvendo o tema se deve a uma "postura refratária" da sua parte, mas que após acompanhar o trabalho das forças de segurança, mudou de opinião com relação ao equipamento. Durante a campanha para o governo de São Paulo, Tarcísio se colocava contra o equipamento.