Uma vida dedicada a Rio Preto e ao jornalismo
Seja como vereador, presidente do Palestra Esporte Clube ou à frente do Diário da Região, a luta pela verdade e o amor por Rio Preto – chamada carinhosamente de sua “Roma Eterna” – são parte intrínseca da vida do advogado e jornalista Norberto Buzzini.
Ao longo da carreira, sempre lutou por uma imprensa comprometida com a verdade, a credibilidade, a vigilância e o respeito ao cidadão. Valores que permanecem refletidos na missão do seu Diário da Região de “gerar informação com responsabilidade e credibilidade, visando melhor qualidade de vida, desenvolvimento econômico e cultural da sociedade de São José do Rio Preto e região”.
FAMÍLIA
Para Norberto Buzzini, a família é o bem mais precioso. Ele nasceu em Rio Preto, em 1931. É neto de italianos da Calábria e de Milão, filho do sapateiro Antônio Buzzini e de dona Adelina Alário.
O casal teve sete filhos, todos com o nome começando com a letra N: Norma, Normando, Noêmia, Noélia, Noraide (os cinco in memoriam), além de Norberto e Nondina.
Foi na casa de fundos da sapataria do pai, a Casa Buzzini, na rua General Glicério, que Norberto nasceu e cresceu. Aos 13 anos, começou a auxiliar o pai no balcão da loja. A firma cresceu e passou a se chamar Casa Gaúcha, vendendo artigos para seleiros e sapateiros.
Em 1960, Buzzini se casou com o amor de sua vida, Neuza Dias de Castro, uma mulher de personalidade e de espiritualidade fortemente alicerçada pelo catolicismo. Os dois se conheceram em um local inusitado, no salão do Tribunal do Júri, em Rio Preto. Ele fazia cobertura para o Diário e ela, professora recém-formada, assistia a um julgamento.
Dona Neuza nasceu em Altair, filha de Virgilio Dias de Castro e de Nazária Silva Castro. Sempre estudou em colégios católicos, o que contribuiu para aprofundar sua formação religiosa.
A cerimônia do matrimônio aconteceu na saudosa Catedral de São José. Norberto e Neuza tiveram três filhos: Débora Castro Buzzini, Fabiano Castro Buzzini e Luciana Castro Buzzini.
Dona Neuza morreu há quase dez anos, em 11 de outubro de 2014, aos 80 anos.
DIÁRIO DA REGIÃO
Em 1959, o Diário da Região, fundado nove anos antes por Euphly Jalles, estava arrendado para Danilo Mantovani. Naquele ano, Barbar Cury fez um convite inesperado para Norberto. “Vamos comprar o Diário?” Era um grande desafio, mas Norberto aceitou.
Os dois se juntam a Alberto Cecconi e Antônio Natalone e assumiram oficialmente o Diário da Região em 1º de janeiro de 1960.
Buzzini abandonou a advocacia e dedicou-se exclusivamente ao jornal, que se tornou a sua paixão. Após muito trabalho, as dívidas foram pagas e a tecnologia renovada. Barbar Cury foi o primeiro a sair, depois Cecconi e Natalone. Nos anos 1970, o Diário se tornou propriedade exclusiva de Buzzini.
Ao longo de décadas, o poder do jornal se juntou às forças rio-pretenses na liderança dos acontecimentos e resultou no desenvolvimento de uma Rio Preto pulsante e invejável.
A jornalista Cecilia Demian, que atuou no Diário por mais de 27 anos, conta que Norberto Buzzini é empreendedor e pragmático, mas tem uma bondade de coração que comove.
“Ao mesmo tempo que gosta de matérias diretas e firmes, ele se sensibiliza com textos emotivos. Gosta de quem escreve com cérebro e com sentimento. Gosta de matérias que ajudam crianças e velhos, coração de ouro. Gosta de reportagens que desnudam a política ou a bandidagem que reina nesse nosso século 21, doa a quem doer. Gosta de preservar a história de sua amada cidade, dá espaço para figuras importantes e para as humildes igualmente”, conta.
PALESTRA
Um capítulo especial na vida de Norberto Buzzini é o Palestra Esporte Clube.
Em 1969, ele assumiu a presidência do clube, mas o Palestra estava quebrado, sem um centavo em caixa. Assim como fez com o Diário, Buzzini percorreu bancos, conseguiu apoio financeiro e com seu trabalho fez do Palestra o maior clube de Rio Preto.
Ao deixar a presidência em 1981, além do caixa revigorado, entregou como patrimônio a primeira piscina olímpica da cidade, colocando o clube entre os melhores do interior do Brasil.
Em seguida, deixou o clube, ficando com o jornal e com a rádio Diário 89,9. Sua causa passou a se chamar São José do Rio Preto. Buzzini ama sua terra natal, que carinhosamente chama de sua “Roma Eterna”.