Acusado de matar médica em Rio Preto escreve carta em que pede perdão aos familiares da vítima

A poucas horas do júri popular que vai decidir o destino de Davi Izaque Martins da Silva, 28, acusado de matar a médica Thallita da Cruz Fernandes em agosto de 2023, a defesa do réu divulgou uma carta escrita a mão em que o rapaz pede desculpas à família da vítima pelo crime que cometeu.
No documento, o qual o Diário teve acesso, Davi diz que reconhece o erro cometido e que está arrependido.
Segundo a advogada Karen Requena, nomeada pela Defensoria Pública para representar o acusado, a defesa não pretende pedir a absolvição dele.
Ela assumiu o caso após o advogado Gustavo Rene Mantovani Godoy renunciar ao processo faltando menos de um mês para o julgamento. Ele acompanhava Davi Izaque desde a data da prisão do rapaz.
Na carta, endereçada à família de Thallita, o réu escreve: “Não sou um monstro como me descrevem, sou humano. Sei reconhecer quando erro, pois estava sob efeito de uso de bebida alcoólica e drogas”.
Para a Polícia Civil, a vítima foi assassinada quando decidiu romper o relacionamento de três anos com Davi.
Após matá-la com diversos golpes de faca, principalmente na região do pescoço, ele colocou o corpo da vítima em uma mala. De acordo com as investigações, o objetivo era se desfazer das provas do feminicídio, mas o zíper da mala rasgou. O crime foi descoberto no mesmo dia, porque amigos e familiares de Thallita desconfiaram da forma como as mensagens foram respondidas no WhatsApp – era Davi se passando pela jovem.
O crime causou grande comoção na região.
O réu, que está preso preventivamente, é acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
“A defesa técnica apresentará todas as provas, perícias e elementos de convicção que demonstram a verdadeira dinâmica dos acontecimentos, respeitando, ao mesmo tempo, a dor dos familiares da vítima e a sensibilidade social que naturalmente envolve crimes dessa natureza”, informou a advogada Karen Requena.
A família da médica nomeou assistente de acusação para atuar no Júri Popular, que começa 13h30.
Leia a carta na íntegra
“Eu Davi Izaque M. Silva venho atravês dessa carta, pedir meus mais sinceros pesames e meu pedido de perdão a toda a família da vítima, meu sincero e humilde arrependimento pois eu não sou um monstro como me descrevem, eu sou humano primeiro de tudo. Sei reconhecer quando erro, ainda mais pois estava sobe efeito de uso de bebida alcoólica e drogas, peço também perdão a toda a sociedade, e toda sociedade médica e funcionários públicos do serviço de saúde. Agradeço pelo trabalho que vocês fornecem e por todo apoio e atenção dado a todos” (sic)