Polícia Civil de Rio Preto descarta abuso de autoridade de presidente do Sindicato dos Médicos

Polícia Civil de Rio Preto descarta abuso de autoridade de presidente do Sindicato dos Médicos
Merabe Muniz foi afastada do cargo após ser alvo de dois processos administrativos (Reprodução/Instagram)

Relatório final da Polícia Civil de Rio Preto descartou abuso de autoridade por parte da presidente do Sindicato dos Médicos, Merabe Muniz, em apuração na qual ela teria orientado médicos e enfermeiros a ameaçar pacientes que reclamavam da demora nos atendimento.

A denúncia diz ainda que ela teria incentivado os profissionais a registrar boletins de ocorrência por desacato. O relatório descartou as denúncias. A conclusão da apuração será encaminhada ao Ministério Público, que pode opinar pelo arquivamento ou propor novas diligências.

A médica atuava como coordenadora do serviço de Urgência no município e, posteriormente, foi afastada. Merabe questiona a abertura de processos administrativos na Justiça.

A denúncia foi encaminhada de forma anônima para o Ministério Público, que requisitou a abertura de inquérito policial no início do ano. Na época, o vereador Anderson Branco (PL) divulgou em redes sociais vídeos de que médicos não estariam cumprido jornada de trabalho em UPAs.

Uma dessas gravações foi feita em frente à UPA Jaguaré. A denúncia menciona, ainda, que Merabe teria intimidado o vereador, o que também foi negado por ela.

Em fevereiro, a Secretaria de Saúde encaminhou à polícia relação de médicos que realizam atendimentos na UPA Jaguaré. Oito médicos prestaram depoimentos, além da própria Merabe.

Médicos que prestaram depoimento afirmaram, de forma geral, que nunca ouviram ela dizer para os profissionais de saúde registrarem ocorrências contra pacientes. Merabe afimou nesta segunda, 21, que "jamais deu a suposta orientação e que sofre perseguição política".

Segundo Merabe, a orientação foi de que isso deveria ocorrer em caso de agressão física ou verbal. O relatório cita "provas testemunhais suficientes que descredibilizam completamente o noticiado".

Anderson Branco, por sua vez, encaminhou resposta à polícia na qual disse que não teve conhecimento da suposta orientação apontada na denúncia e que foi à UPA apurar queixa de que "haviam médicos fantasmas atuando na UPA Jaguaré e em outras demais".

Ainda há outras apurações em andamento com relação a declarações e atendimentos em UPAs. Um deles investiga suposta "operação-tartaruga" para reduzir atendimentos. A sindicância da Prefeitura ouviu médicos que relaram que isso teria ocorrido. E o relatório sugeriu encaminhamento dos depoimentos para a Polícia Civil.

Sobre esta apuração, Merabe afirma que apresentou dados à polícia que contradizem o que foi apontado pela Prefeitura.