Arte para o planeta respirar

Há exposições que são convites estéticos, e há aquelas que são chamados urgentes. O movimento “Ser Tão”, que se reinventa a cada edição, retorna em outubro com um novo ciclo que coloca a arte diante da mais inquietante questão do nosso tempo: a sobrevivência do planeta. A abertura acontece na quinta-feira, 2 de outubro, às 19h, na Praça 4 de Eventos do Riopreto Shopping, próximo ao cinema.
Com curadoria de Oscar D’Ambrosio, expografia de Josiani Sabino e coordenação de Luciane D’Alessandro, Marcelo Lopes e Patrícia Buzzini, a mostra apresenta 33 obras entre 30 telas e três esculturas de 33 artistas. O eixo curatorial é “COP30 em imagens”, em referência à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
“Os trabalhos enfocam as temáticas desse encontro global anual em que líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima”, diz D’Ambrosio.
REFLEXÃO
A exposição ecoa debates centrais que estarão em pauta na conferência: da redução de gases de efeito estufa à preservação da biodiversidade, passando por justiça climática, impactos sociais e financiamento para países em desenvolvimento. “A COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. O evento permitirá ao país demonstrar seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, além de reforçar sua atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20”, afirma o curador.
Luciane D’Alessandro, uma das coordenadoras da mostra, destaca a potência da arte como disparadora de reflexões. “Eu achei interessante essa exposição, porque ela aborda um assunto muito importante e o artista questiona muito sobre os atos. Nem sempre ele dá resposta, mas faz com que a pessoa olhe para si e pense até que ponto ela não está participando das situações que estão gerando esses resultados negativos no meio ambiente”, afirma.
“A gente busca conforto, comodidade e o ser humano é egoísta. Devemos pensar se vale a pena ou não agir dessa forma. É preciso olhar para o próximo, olhar para a natureza, olhar para outro tipo de ser vivo e ver as consequências e o preço que se paga pelos atos da humanidade, pois tudo tem consequência. É por isso que é tão importante o artista trabalhar com essas questões para que o público também sinta o impacto e as consequências do que acontece com o mundo”, completa.
Para Patrícia Buzzini, a exposição “COP 30 em Imagens” nasce do compromisso de aproximar a arte dos debates urgentes sobre o futuro do planeta. “Por meio de diferentes linguagens visuais, buscamos sensibilizar o público para a importância da preservação ambiental e para os desafios que a crise climática nos impõe. Cada obra aqui apresentada traduz aquilo que muitas vezes as palavras não alcançam: a urgência de repensar nossa relação com a natureza. Mais do que uma mostra artística, este é um convite à reflexão coletiva e à ação transformadora, em sintonia com o espírito da COP 30”, ressalta.
ARTISTAS
Entre os artistas participantes estão Aícro Júnior, Araguaí Garcia, Ary Salles, Carlos Bachi, Cibeli Felippe, Cleone Ribeiro, Daniel Firmino, Eliara Bevilacqua, Elton Marangoni, Eloisa Mattos, Gerotto, Jair Lemos, Jane Arroyo, Jesser Valzacchi, Jocelino Soares, Josane Biscegli Pasiani, Josiani Sabino, Luciane D’Alessandro, Luís Antônio Cossi, Marcelo Lopes, Maria Helena Curti, Patrícia Buzzini, Regina Garbellini, Rodrigo Motta, Rodrigo Silva, Romildo Cardozo, Terezinha Bilia, Thomaz Vita Neto, Tulis Natalla, Valdenir do Bonfim, Xiko Oliveira, Wesley S. Estácio e Wilde.
“Eu vou levar um trabalho ressaltando o ferro, mineral usado na produção de aço, cimento, para as indústrias que liberam gases de efeito estufa, que é um ponto central para discussão sobre as mudanças climáticas. Minha obra contém pó de ferro e cores que fazem parte do contexto discutido na COP 30, eu mostro o material oxidado e o movimento estudado”, diz Marcelo Lopes.
“O objetivo deste projeto é levar artistas visuais a pensarem esses temas e transformá-los em imagens que mesclem emoção, razão e criatividade, estimulando reflexões que conectem as pessoas consigo mesmas, com a sociedade, com a natureza e com o universo”, conclui D’Ambrosio.
PROGRAMAÇÃO
Palestras
“O multiverso da arte e do meio ambiente”, com Oscar D’Ambrosio
Quinta-feira, dia 2, às 20h
“Trajetória artística”, com Carlos Bachi
Sexta-feira, dia 3, às 19h
“Conversa com o artista”, com Araguaí Garcia
Sexta-feira, dia 10, às 19h
“Trajetória como ambientalista e artista Naïf”, com Terezinha Bilia
Sexta-feira, dia 10, às 20h
Bate papo com pintura ao vivo“Aplicação do realismo”, com Aícro Júnior
Sexta-feira, dia 10, às 18h
“Criação imagética, como transportá-la para a realidade física”, com Valdecir Gerotto
Sábado, dia 11, às 19h
Workshops
“Cordel em quadrinhos: pintura com lápis de cor”, com Elton Marangoni e Wesley Estácio
Sábado, dia 4, às 16h
“Ilustração”, com Wilde
Quinta-feira, dia 9, às 19h
“Pintura livre”, com Luciane D’Alessandro e Terezinha Bilia
Sexta-feira, dia 10, às 18h
“Aprendendo Arte Naïf”, com Rodrigo Silva
Sexta-feira, dia 10, às 18h30
Workshop e bate papo com Ary Salles
Sábado, dia 11, às 18h