Câmara de Rio Preto tem debate acalorado no Plenário, tumulto nas galerias e até 'VAR'

A sessão da Câmara de Rio Preto desta terça-feira, 3, foi mais uma vez marcada por confusão dentro e fora do Plenário.
Um tumulto ocorreu nas galerias depois de uma acalorada discussão no Plenário, provocando a paralisação dos trabalhos e até uma espécie de VAR (repetição de imagens) entrou em cena para determinar a expulsão de um homem que estava na galeria.
Em meio a um bate-boca, o homem deixou seu lugar em direção a um grupo de mulheres que também acompanhava a sessão. Tal qual um jogo de futebol onde se recomenda o "Var" para avaliar alguma jogada ou a conduta de um jogador, o presidente da Câmara, Luciano Julião (PL), exibiu um vídeo, depois de pedidos de alguns vereadores, para saber se ele teria mesmo provocado o tumulto.
A confusão terminou com a expulsão de Jonarque Gomes de Andrade, candidato a vereador pelo Republicanos no ano passado, que apareceu na urna como "Combatente Jornarque. Ele foi retirado da Câmara por três guardas municipais.
O tumulto começou durante uma fala do vereador Jonathan Santos (Republicanos), que usava a tribuna e rebateu críticas do vereador João Paulo Rillo (Psol) sobre medidas adotadas em relação a moradores em situação de rua, além da possível mudança do Centro Pop para o bairro Boa Vista.
O governo do Coronel Fábio Candido (PL) afirma que não há definição, após ter apresentado projeto prevendo o endereço do novo Centro Pop a um grupo de autoridades no mês passado.
Rillo defende a abertura de uma CPI para apurar possível transferência por meio de uma parceria com rede atacadista e criticou o parlamentar do Republicanos.
Na Tribuna, Jonathan Santos questionou Rillo sobre o fato de aliados do partido dele não assinarem CPI no Congresso Nacional para apurar fraudes no INSS, fruto de uma investigação da Polícia Federal que tem provocado desgastes no governo Lula em Brasília.
Rillo pediu a palavra e contestou argumentos feitos por Jonathan, dizendo que o "esquema" começou no governo de Michel Temer (MDB) e avançou no governo de Jair Bolsonaro (PL). E atingiu três governos. No calor desse debate, começaram manifestações nas galerias. O presidente da Casa, Luciano Julião, chegou a pedir que "Combatente Jornarque" , que estava com uma camiseta escrita "Fora Lula", se contivesse.
De outro lado, ao fundo haviam manifestações de um grupo de mulheres que foi até a sessão para acompanhar a votação do veto do ex-prefeito Edinho Araújo (MDB) à destinação de 1% do Orçamento para a Secretaria de Cultura.
Entre elas estavam Maria Aparecida Vernucci, conhecida como Tida, servidora municipal aposentada e militante petista, e também a ex-vereadora Celi Regina, presidente municipal do PT. Posteriormente, a análise do veto foi adiada.
TENSÃO
Em meio às manifestações, o ex-candidato a vereador saiu da cadeira de onde estava e partiu em direção a Tida. Ele foi contido por uma pessoa e depois chegaram guardas municipais. A petista e o antilulista discutiram, fazendo a tensão aumentar.
Rillo pediu que o presidente da Casa determinasse a retirada do "Combatente" da Câmara, pois teria ocorrido uma tentativa de agressão, segundo ele.
Julião suspendeu a sessão por alguns minutos. Depois, o ex-candidato retornou às galerias, o que provocou novos questionamentos. "Não dá para admitir isso", afirmou Rillo. O manifestante, por sua vez, reclamava de ter sido chamado de "fascista" e que não teria ido para cima de uma mulher.
Julião afirmou que é "muito justo independentemente de lado". Disse ainda que outras pessoas pediram para retirar a mulher da sessão, e que ele teria negado.
Rillo pediu novamente que o vídeo da confusão fosse exibido. Julião então, exibiu o vídeo. O "VAR" em questão foi um vídeo filmado por um assessor que estava na sessão. Renato Pupo (PSD) e Alexandre Montenegro (PL) também defenderam a retirada do ex-candidato. "Se as mulheres estão se sentindo ameaçadas, acredito que a diretoria deve pedir a retirada do cidadão", afirmou o vereador do PL.
Após a exibição do vídeo, Combatente foi retirado, acompanhado por guardas municipais.
Julião disse à reportagem que o homem "errou ao se levantar" e ir em direção ao grupo. "Vou conversar com vereadores para evitar inflamar o pessoal que está nas galerias. De repente. sai uma briga mesmo, uma confusão generalizada", disse.