Congresso em Rio Preto foca sinais de autismo nos primeiros meses do bebê
Identificar sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança nos primeiros meses de vida. Esse é objetivo do 3º Congresso Ninho do Bebê, que na edição deste ano traz especialistas reconhecidos internacionalmente para palestrarem em torno do tema “Autismo e primeiríssima infância”. O encontro, voltado a profissionais da saúde, assistência social e estudantes, tem o propósito de incentivar a intervenção precoce, garantindo à criança o desenvolvimento de habilidades e às famílias os mecanismos de suporte necessários para enfrentar o diagnóstico com leveza.
Sinais
Idealizadora do projeto, a pediatra Cláudia Boutros defende que não é necessário esperar a criança apresentar atraso nos marcos de desenvolvimento (como capacidade de expressar emoções, sentar e falar) para procurar ajuda especializada.
“Há sinais perceptíveis nos primeiros meses de vida que podem indicar alterações corporais e relacionais. Por isso, é extremamente importante que o profissional médico tenha um olhar atento para o bebê e dê importância ao que a família traz de informações, sem descredibilizar a palavra da mãe, que muitas vezes vai observar comportamentos que o filho não apresenta em 15 minutos de consulta”, diz.
Movimentos desorganizados, corpinho rígido e falta de interação com o ambiente são sinais que precisam ser investigados.
“O que pretendemos demonstrar é que não podemos fechar o diagnóstico, mas podemos suspeitar e intervir, porque o quanto antes a criança recebe estímulos, maior a probabilidade de ela ter uma vida funcional”, completa.
Estímulo
Ela cita o exemplo da pequena Lorena, de um ano e meio, que nasceu prematura e é acompanhada pelo projeto Ninho do Bebê desde o segundo mês de vida.
“A Lorena mamava e engasgava. Fomos acolhidos pelo projeto e tivemos acompanhamento de diversos profissionais. Minha filha foi muito estimulada, tanto pela equipe, quanto por nós, que aprendemos como ajudá-la em casa. Hoje é uma menina saudável, que reconhece as pessoas e se comunica”, comemora a mãe Josiane Pires Caetano.
"Nem tudo é autismo, mas todo comportamento incomum exige observação e estímulo, podendo ser amenizado ou até superado com acompanhamento adequado”, completa a pediatra.
A Organização Mundial de Saúde estima que uma em cada 100 crianças tenha Transtorno do Espectro Autista (TEA) no mundo.