Coronel espera 'avaliação médica' para definir futuro de Marcondes

O prefeito de Rio Preto, Coronel Fábio Candido (PL), afirmou nesta quarta-feira, 5, por meio de sua assessoria, que "espera o vice-prefeito, Fábio Marcondes (PL), passar por avaliação médica para determinar a necessidade de prorrogação de seu afastamento". O vice tirou licença de dez dias no último dia 24 por “prescrição médica”. O prazo da licença venceu nesta quarta-feira, 5.
Investigação
Marcondes é alvo de investigação na Polícia Civil por injúria racial. O episódio ocorreu no último dia 23, depois do jogo entre Mirassol e Palmeiras pelo Campeonato Paulista, disputado na cidade vizinha a Rio Preto. Marcondes foi exonerado da Secretaria de Obras depois do episódio.
O vice-prefeito discutiu com segurança do Palmeiras e o chamou de “lixo” repetidas vezes, e posteriormente de “macaco velho”. O caso ganhou repercussão nacional.
Licença
Não foi informado à reportagem do Diário detalhes sobre qual avaliação médica será feita em Marcondes, nem quando a mesma deverá ocorrer.
Segundo a reportagem apurou, a situação do vice é tida como "complicada" dentro do governo ao menos por ora. Uma nova licença deve ser anunciada nesta quinta, 6, ainda que Marcondes venha se movimentando nos bastidores para retornar ao posto.
Na nota encaminhada à reportagem, o prefeito citou "sua gestão como transparente, pautada pelo respeito e ao devido processo legal, princípios inegociáveis da administração municipal".
COM REMUNERAÇÃO
A licença médica garante remuneração salarial ao vice, mesmo que afastado. Marcondes entregou o atestado médico na última semana. A Prefeitura, porém, não informou a Classificação Internacional de Doenças (CID) apresentado no atestado de licença.
Segundo a assessoria da Prefeitura, a CID que afastou Marcondes não poderia ser declarada por se tratar de "dado protegido pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)".
Repercussão
A confusão foi registrada por uma equipe da TV Tem e o caso teve repercussão nacional. A polícia solicitou cópia do vídeo para fazer perícia. O Palmeiras divulgou nota de repúdio, assim como a Federação Paulista de Futebol. O Conselho Afro Municipal também manifestou repúdio.
O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, se manifestou sobre o caso nas redes sociais. “Não podemos permitir que condutas racistas fiquem impunes em nosso estado”, divulgou o secretário nas redes sociais.
Exoneração
Na segunda-feira, 24, o vice comunicou que havia pedido exoneração do cargo de secretário de Obras e licença de dez dias “por prescrição médica” da função de vice-prefeito. O prazo da licença terminou nesta quarta, abrindo brecha, em tese, para o retorno de Marcondes à condição de vice na ativa. A portaria de exoneração foi publicada na terça, 25.
A Prefeitura divulgou nota sobre o episódio na segunda, 24, logo após a repercussão do fato. “Repudiamos veementemente qualquer ato de racismo e lamentamos profundamente o ocorrido. Diante do contexto, o vice-prefeito Fábio Marcondes está exonerado do cargo de Secretário Municipal de Obras e solicitou a licença do cargo de vice-prefeito municipal”, afirmou o município um dia depois do ocorrido.
Na Câmara
Na terça, 25, a Câmara rejeitou moção de repúdio à atitude de Marcondes. A moção, apresentada por João Paulo Rillo (Psol), foi rejeitada com 15 votos contrários e três favoráveis.
A rejeição da moção ocorreu mesmo com galerias lotadas por manifestantes que levaram faixas com frases como "Fora, Marcondes".
Um dia depois da votação, Coronel Fábio afirmou à reportagem que, "por enquanto", o vice seguiria exonerado da Secretaria de Obras e que a licença poderia ser estendida.