Credenciar 100 leitos no HB será um dos testes de fogo para Coronel Fábio

Credenciar 100 leitos no HB será um dos testes de fogo para Coronel Fábio
Prefeito de Rio Preto, Coronel Fábio Candido, em seu gabinete no oitavo andar da Prefeitura (Vinícius Marques 2/1/2025)

Em entrevista à TV Record na semana que antecedeu o primeiro turno das eleições municipais, o agora prefeito de Rio Preto, Coronel Fábio Candido (PL), prometeu que, assumindo o governo, no dia 1º de janeiro, o que se consolidou, o Hospital de Base passaria a oferecer de imediato mais 100 leitos de internação pelo SUS para pacientes da cidade.

A promessa feita ao vivo foi, de fato, precedida de uma visita que o então prefeiturável fez ao HB dias antes, na qual ele se comprometeu com a diretoria do complexo hospitalar de que seu primeiro ato oficial como prefeito, caso ganhasse a eleição, seria voltar ao local para consolidar o credenciamento ao SUS de mais uma centena dos leitos.

No dia da visita de campanha ao HB, o Coronel foi informado de que naquele exato momento 180 leitos da instituição hospitalar estavam ocupados por rio-pretenses que precisavam de cuidados de alta complexidade. Número que, por si só, segundo a diretoria, desconstruíam o discurso, repetido por todos os candidatos daquele pleito, incluindo o governista Itamar Borges (MDB), de que o Hospital de Base não prioriza os moradores locais.

Por ora, a diretoria do HB tem feito chegar ao prefeito recém-empossado que aguarda o contato prometido em campanha, e os rio-pretenses esperam pelos 100 leitos prometidos como prioridade zero de governo.

A ampliação dos leitos não é uma questão apenas de intenções ou retórica política. Envolve uma intrincada combinação de articulação administrativa, captação de recursos e coragem para enfrentar os desafios de um sistema de saúde que vive à beira do colapso financeiro.

Por enquanto, o prefeito ainda corre para compor efetivamente seu governo, com obstáculos burocráticos, inclusive, para oficializar o titular da Saúde, o cirurgião plástico Rubem Bottas. Mas, ao escolher o HB como palco de sua primeira ação, o Coronel colocou-se em uma posição estratégica eleitoralmente falando, mas também arriscada.

O que está em jogo não é apenas a ampliação de leitos, mas a própria credibilidade de uma gestão que acaba de começar. O Coronel cumprirá o que prometeu ou repetirá o padrão, já conhecido, de políticos que abandonam as promessas no palanque eleitoral?

Hoje, para viabilizar a prometida ampliação dos leitos, será preciso navegar por águas turbulentas que incluem limitações orçamentárias, disputas políticas e um cenário de incertezas na saúde pública.