Empresária é presa em Rio Preto por fraude em pátio de veículos

Uma empresária de 51 anos, moradora de Rio Preto, foi presa na manhã desta quarta-feira, 16, sob suspeita de envolvimento em um esquema de venda irregular de aproximadamente 100 carros de alto padrão. Os veículos seriam de um pátio de Aracaju, ligado ao Detran de Sergipe. O "modus operandi" consistia na compra fraudulenta dos veículos como sucatas para posterior comercialização pelo preço de mercado.
A prisão ocorreu durante a Operação Mutação, uma ação conjunta da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto e da Polícia Civil de Sergipe. Policiais de Aracaju vieram a Rio Preto para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão na residência da empresária, localizada em um condomínio de alto padrão.
"O cidadão tinha o carro apreendido. Esse veículo ficava custodiado em um pátio. Lá, a entrada do veículo era alterada, os laudos eram modificados para que passassem a constar como sucata, raspava a numeração de identificação. E esses veículos depois eram leiloados. Quando a pessoa ia recuperar o veículo, descobria que ele tinha sido leiloado, arrematado por laranjas (cúmplices do crime)", explicou o delegado Hilton Duarte, da unidade especializada da Polícia Civil de Sergipe, que atua nas investigações de combate ao crime organizado.
Carros de luxo
Entre os carros vendidos ilegalmente, estava até um Porsche apreendido durante uma blitz por irregularidade documental e posteriormente vendido sem autorização do proprietário. A vítima só descobriu o sumiço do carro ao procurar o pátio para quitar multas e impostos atrasados.
A venda irregular dos veículos causava prejuízo aos cofres públicos sergipanos, pois os proprietários lesados entravam com ações contra o Detran, exigindo indenização pela venda sem autorização. Durante as investigações, a Polícia Civil conseguiu recuperar um dos veículos vendidos ilegalmente na posse de parentes dos proprietários do pátio licenciado, o que levantou suspeitas sobre a saída irregular dos carros de alto padrão.
Prisão
Moradora de Rio Preto, a empresária gerenciava o pátio de veículos em Aracaju a distância. Diante das evidências, foi decretada a prisão preventiva, sequestro e indisponibilidade de bens da empresária de Rio Preto, bem como da gerente do pátio em Aracaju, que é sua prima. Ambas permaneceram presas e à disposição da investigação.
Por ordem judicial, o Detran de Sergipe assumiu a gestão do pátio. As investigações continuam para determinar se há outras pessoas envolvidas no esquema. Todos responderão pelos crimes de fraudes, estelionato e associação criminosa.
Defesa
Por meio de nota, o advogado da empresária, Edlênio Xavier Barreto, informou que ainda não teve acesso aos autos do processo, em especial à decisão judicial que fundamentou a prisão. "Em razão disso, qualquer manifestação mais detalhada permanece inviabilizada, estando integralmente condicionada à liberação do acesso processual, assim, como consequência lógica, não é possível, neste momento, prestar esclarecimentos sobre os fatos imputados, os fundamentos da medida cautelar ou as estratégias jurídicas que eventualmente serão adotadas", afirmou.