Época de colheita, pitaia ganha mais pomares na região de Rio Preto
Em vários países do mundo, a pitaia é conhecida como a fruta-dragão por conta da aparência escamosa e exuberante. No Brasil, a fruta vem ganhando destaque por acrescentar sabor sutil e de inúmeros benefícios para a saúde, o que despertou o interesse dos produtores da região Noroeste no cultivo de novas áreas. Neste início de safra, os pomares estão com frutas mais vistosas e, segundo os fruticultores, com alta demanda ao mercado interno.
Em Nipoã, no Noroeste paulista, a propriedade de William Barcelos concentra cinco hectares de plantio de pitaia e registra a safra de alta produção, iniciada no final de dezembro. “Há 16 anos, quando comecei a plantar, quase ninguém conhecia a fruta. Hoje distribuímos a pitaia para as principais redes de supermercados e de hortifrútis do País”, afirma.
William conta que desenvolveu técnicas para o plantio de mudas da fruta-dragão, que revende para produtores interessados em cultivar a planta. “A variedade da pitaia chinesinha foi cultivada pela primeira vez aqui no Brasil por mim”, diz o fruticultor ao comentar sobre a variedade que possui casca vermelha e polpa de cor rosa escura.
Essa variedade, inclusive, é uma das mais apreciadas pela população brasileira, e William explica que para o produtor também é uma muda mais interessante para o plantio. “Com essa muda, não há a necessidade de fazer a polinização cruzada, que dá muito trabalho para o produtor, uma tarefa que se inicia à noite (quando as flores despontam) e termina no dia seguinte”, completa.
Expectativa
O clima seco de 2024 contribuiu para atrasar a colheita deste ano. No entanto, o fruticultor conta que as chuvas deram impulso para o desenvolvimento da pitaia. “Sempre conseguimos colher para a época do Natal, mas nesta safra só tive a fruta para comercializar, no final de dezembro”. Ainda há mais floradas nos próximos meses e William acredita na boa produtividade das árvores para as próximas colheitas.
Na plantação de Mateus Moreti, em Álvares Florence, as frutas começaram a ser colhidas no início de janeiro e a maior dificuldade está no mercado de alta oferta da fruta. “A estiagem prolongada contribuiu para a última safra não ser tão boa. Mas esperamos novas floradas para a colheita que se prolonga até abril ou maior”, diz o fruticultor.
Mateus fez investimento no cultivo de pitaia e possui, atualmente, 1.200 plantas. Ele pontua que apesar de a fruta pertencer à família Cactaceae (a árvore é um cacto), as altas temperaturas e o sol muito forte atrapalham a brotação dos frutos. “Aqui faço muita nutrição do solo com matéria orgânica, adubação e o uso de produtos biológicos, o que vai interferir em um fruto de ótima qualidade”, ressalta.