Espetáculo 'Terra' será apresentado neste domingo em Rio Preto

Espetáculo 'Terra' será apresentado neste domingo em Rio Preto
A atriz, diretora e cofundadora do Sobrevento, Sandra Vargas, apresenta-se ao lado de dois músicos, que tocam, ao vivo, violão e violoncelo (Marco Aurélio Olimpio/Divulgação)

O Grupo Sobrevento, de São Paulo, chega a Rio Preto neste final de semana para mostrar que a arte poética do teatro é voltada para pessoas de todas as idades, inclusive bebês.

O espetáculo “Terra” será apresentado no domingo, 10, em duas sessões, às 11h e às 14h30. Cada apresentação dura em média 30 minutos e pode ser acompanhada por até 80 espectadores, entre bebês, pais e educadores. Os ingressos estão disponíveis meia-hora antes, no local da apresentação, na sede da Cênica, localizada na avenida das Hortências, 263, Jardim dos Seixas.

EXPLORANDO O AFETO

Reconhecido como um dos principais especialistas em teatro de animação no Brasil, o Sobrevento desenvolve uma intensa pesquisa em torno do teatro para crianças nessa área. Recomendado para crianças de 0 a 3 anos, “Terra” tem entrada gratuita e intérprete de Libras.

Inspirada na ideia de que as crianças costumam enterrar coisas que lhes são significativas, em “Terra”, a atriz, diretora e cofundadora Sandra Vargas interpreta um texto que fala de memória, dos laços afetivos e do amor que está dentro de cada pessoa, o que é a base de todo ser humano.

“O grupo sobrevento sempre parte perguntas que são ‘quem somos nós na frente de um bebê? O que o bebê provoca em nós, artistas, com seu olhar? O que ele faz a gente buscar e revisitar?’. A gente sente que o teatro para bebês é uma maneira da gente se conciliar com a nossa infância ou de voltar a revisitar a nossa infância, aquela infância que a gente tem saudade, aquele afeto que a gente tem saudade: não como uma criança, porque a gente não é uma criança, nem como um bebê, mas como um adulto que compartilha alguma coisa significativa da sua infância”, conta Sandra.

“Neste espetáculo, a gente explora o afeto que a gente recebeu dos nossos entes queridos, da nossa avó, do nosso pai, da nossa mãe. Este espetáculo traz uma mulher adulta, que desenterra o amor que brota da terra: esse amor que ela recebeu daquela avó, que não está mais; daquele pai, que não está mais; e daquela mãe, que não está mais”, completa a artista.

Oficina

Antes das apresentações, no sábado, dia 9, das 9h30 às 16h30, o Sobrevento coordena uma oficina gratuita sobre “Teatro para Bebês”, direcionada a educadores e artistas. A oficina também acontece na sede da Cênica. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail info@sobrevento.com.br.

Teatro sem choro

Talvez algumas famílias fiquem receosas que os bebês chorem e possam incomodar durante a apresentação. Porém, Sandra explica que a reação dos bebês é de contemplação e sem choros.

“Depois de tanto tempo fazendo o teatro para bebês, podemos afirmar que o bebê tem uma relação sagrada com o teatro. Ele entende que ali está acontecendo algo poético. “Terra” não é um teatro de recreação, nem busca estabelecer uma relação recreativa com o bebê, mas sim artística, uma experiência poética das mais profundas. O bebê compreende isso, porque ele está sempre pleno e não está pensando no que ele vai fazer, o bebê não é um ser ansioso. Quem é ansioso é o adulto, o bebê é sereno: ele coloca as coisas nos eixos. O bebê nos lembra aquilo que fomos um dia e que, de repente, insistimos em esquecer. Ele vem e nos lembra que somos serenos, delicados e que precisamos da poesia”, afirma Sandra.

O projeto do Sobrevento é realizado pelo Edital Lei Paulo Gustavo, do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e Governo Federal - Ministério da Cultura. A produção local é da artista Andrea Capelli.

Em Rio Preto, a apresentação compõe o Projeto Território Cênico, uma iniciativa da companhia Cênica voltada à pesquisa, formação e difusão artístico-cultural com atividades gratuitas para todos os públicos. O projeto é viabilizado nesta edição pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativa e o Programa de Ação Cultural (ProAC). (SB)​​​​​​​