Exportação de limão aumenta e anima produtor da região de Rio Preto

Exportação de limão aumenta e anima produtor da região de Rio Preto
Exportação de tahiti segue alta e mantém preços atrativos no campo (Divulgação)

A exportação brasileira do limão tahiti vem se mantendo firme neste ano, apesar dos impactos climáticos que afetaram a produtividade e a qualidade da fruta. Para os produtores do Noroeste paulista o cenário de maior embarque com as frutas vem contribuindo e favorecendo a rentabilidade no preço pago pela caixa de limão no campo.

"Os preços do limão começaram a melhorar, neste início de 2024, e as exportações garantiram mercados para União Europeia, com procura forte pela fruta. A expectativa é que para 2025 deve ser ainda melhor para a produção e no embarque de tahiti para outros países", afirma o produtor Renato Martins, que possui 4.500 pés de limão em Onda Verde, na região de Rio Preto.

Renato destaca ainda que os efeitos climáticos de estiagem severa na região, nos últimos dois anos, provocaram muitas perdas para a produção de citros. "A irrigação, no sistema de gotejamento, não foi suficiente para as plantas de limão afetadas pelas altas temperaturas, o que refletiu em frutos menores nesta safra".

Outro desafio para a produção de limão na região de Catanduva, onde se concentra maior parte dos pomares e de empresas que atuam na exportação, o envio da fruta que apresentou a doença do cancro cítrico e foi embargada. Segundo o citricultor Gerson Gasparini, de Itajobi, após maior fiscalização da Defesa Agropecuária nos pomares, a doença foi controlada nesta safra.

Mais atentos

No ano passado, os embarques de limão tahiti tiveram restrições com o embargo de contêiner da fruta, quando países da União Europeia detectaram a doença de cancro cítrico na carga. Os países europeus respondem por 80% das importações brasileiras de limão. A partir da detecção da doença, embora não cause problemas para a saúde humana, há as restrições para a entrada da fruta que apresentar o cancro cítrico.

Segundo Gerson, neste ano, com as altas temperaturas, os pomares de limão não tiveram problemas com o aparecimento de cancro cítrico, uma doença causada por bactéria. "Após a fiscalização mais rigorosa nos pomares, os produtores ficaram mais atentos com o cuidado no campo para o trato da doença", afirma.

Ele pontua que com mais tratos culturais para o controle do cancro cítrico, as exportações de limão aumentaram. "Sempre tem uma perspectiva melhor de preços pagos para os produtores, principalmente perto das festas de final de ano".

Para 2025, Gerson já planeja o aumento de pomar de limão, incentivado pelos preços mais atrativos da safra deste ano. "Hoje tenho 5.000 plantas de limão e devo erradicar uma área com tangerina para plantar neste local carca de 1.500 árvores de tahiti", conclui.

Oferta restrita e preços atrativos

Os produtores explicam que o clima influenciou negativamente no tamanho e na qualidade do limão, principalmente dos frutos que ainda estão nas árvores. É que com o forte calor e a falta de chuva na região Noroeste, os citricultores contam que o tamanho do limão comercializado no mercado, de oferta restrita, é de um tamanho inferior ao que exige a exportação.

"Assim mesmo, embora a exigência para a exportação seja de um limão graúdo, conseguimos comercializar os que ainda ficaram para ser colhidos e não se desenvolveram tão bem. Além disso, a falta de chuva e de umidade na fase da florada deixou o fruto com menos suco, afetando a qualidade ideal para o consumo", ressalta o citricultor Gerson Gasparini.

O estado de São Paulo, o principal exportador de limão, vem apresentando a redução da oferta e o aumento de preços pagos no campo, conforme a análise do Cepea. No levantamento, os pesquisadores avaliaram que os valores da fruta subiram em setembro em decorrência de oferta bastante restrita e devem seguir altos até o final do ano.

Aumento no embarque

O crescimento nas exportações de limões, no período de janeiro a setembro de 2024 foi de 14,52% na comercialização, atingindo receita de US$ 155,7 milhões. Já o volume exportado também cresceu 9,16%, demonstrando a boa aceitação da fruta no mercado internacional e o aumento da demanda global. Os dados são da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

O levantamento da Abrafrutas avaliou ainda que as exportações brasileiras de frutas registraram um aumento em valor (+8,51%) no período de janeiro a setembro de 2024, com o crescimento de algumas frutas, como os limões e as mangas. No entanto, o volume exportado de algumas frutas teve uma leve queda, de 3,34%, reflexo das adversidades climáticas deste ano.

De acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os embarques de limões vêm renovando recordes nos últimos anos, impulsionados pelo crescimento da demanda europeia. Em 2024, mesmo em períodos de oferta relativamente controlada, as exportações brasileiras da fruta se mantiveram firmes.

A tendência, na avaliação dos pesquisadores do Cepea, com as exportações de limão tahiti deve seguir aquecida até o final do ano, favorecidas pela alta demanda do mercado internacional. Para os citricultores, há ainda a expectativa do clima mais favorável para os limoeiros, com as chuvas previstas para o mês de novembro.