Homem que matou enfermeira do HB de Rio Preto vai a júri nesta quinta-feira

Homem que matou enfermeira do HB de Rio Preto vai a júri nesta quinta-feira
Parte dos 300 manifestantes que participaram de ato em frente ao Hospital de Base de Rio Preto (Mara Sousa)

Um crime que entristeceu a região de Rio Preto e suscitou protestos contra o feminicídio terá um desfecho nesta quinta-feira, 25.

Cinco anos após matar a enfermeira Juliana Landin Simão, de 37 anos, o ex-marido dela, Cícero Weldo Gomes Lima será submetido a júri popular. O julgamento começa às 10h30.

Cícero responde por homicídio quatro vezes qualificado por motivo torpe (vingança), mediante surpresa, por meio de asfixia e contra mulher (feminicídio).

Ele é representado pelos advogados Gustavo Cipullo Nesteruk Moreira e Gabrielly de Souza Martineli. Ao Diário, Cipullo afirmou que a estratégia da defesa será afastar duas das quatro qualificadoras. “Motivo torpe e recurso que dificultou a defesa do ofendido, apresentando doutrina e jurisprudência nesse sentido”, adiantou.

Juliana foi encontrada morta dentro do apartamento onde morava no bairro São Manoel, em Rio Preto, em janeiro de 2019. O crime foi descoberto somente dois dias depois de a vítima ser assassinada pelo ex-marido, que não aceitava o fim do relacionamento.

Segundo informações do processo, após matar a esposa, ele utilizou o celular dela para conversar com familiares e amigos, de modo a não levantar suspeita sobre a morte da vítima.

O caso só foi descoberto após a irmã, Fabiana Landin, descobrir que Juliana não comparecia ao trabalho há dois dias.

Com ajuda da polícia, a porta do apartamento foi arrombada. A vítima foi encontrada com as mãos e pés amarrados com "enforca gato". O assassino também tapou a boca da enfermeira com uma fita adesiva. No corpo dela ficaram as marcas do estrangulamento.

Cícero foi preso logo depois no estado de Pernambuco.

Na época do crime a filha do casal tinha cinco anos e estava na casa de familiares. Fabiana tem a guarda dela.

“Esse crime devastou a nossa família e tudo o que esperamos hoje é justiça. Temos que lutar por uma causa maior, uma sociedade sem violência e o direito das mulheres de seguirem em frente sem serem mortas”, afirmou.