Instalação de ponto de apoio em avenida de Mirassol é alvo de protesto

Moradores dos residenciais Parque dos Ipês 1 e 2, em Mirassol, se mobilizam contra um projeto de implementação de um ponto de apoio na avenida Luiz Roberto Nogueira Junior. O grupo já foi à Câmara Municipal, fez abaixo-assinado e uma carreatas no último domingo, 8, com placas escritas "Queremos qualidade de vida e não montanhas de lixo" e "Nossos bairros merecem cuidados e não sujeiras". A Prefeitura de Mirassol informou que a implementação do ponto de apoio no local ainda é um estudo preliminar.
O projeto da Prefeitura tem como objetivo a criação de um ponto de apoio, ou como chamado, ecoponto, em uma área preservada entre os bairros Parque dos Ipês 1 e 2. O local seria para o descarte de pequenas quantidades de podas de árvores e de resíduos de construções civis, de maneira controlada, segundo a Prefeitura.
Segundo Gleice Mara, uma das organizadoras das manifestações, a ideia de implementação do ponto de apoio começou há três anos. Na época, os moradores também organizaram manifestações, colheram assinaturas, pediram ajuda aos vereadores e ainda tiveram uma conversa com o prefeito. "Há três anos, havia sido resolvido. Achamos que havia acabado, mas virou o ano, ele foi reeleito (Edson Ermenegildo) e retornou com o projeto", diz Gleice.
A moradora ainda rebate a justificativa da Prefeitura sobre o modelo do ecoponto seguir o mesmo que já existe em outro bairro da cidade, no Jardim Karina. "Lá é um local afastado de residências, é sim cercado, com guarita, limpo e preservado, mas é fora da área urbana. Agora, colocar um ponto de apoio dentro da cidade, a população não vai respeitar e irá usar as redondezas como forma de descarte de lixo."
Jhessica Silva, moradora do Parque dos Ipês 1, diz que o ecoponto ficará bem em frente à sua casa e também teme que futuramente o local possa se tornar um ponto de descarte de lixo. "Entendemos a necessidade de melhorar o sistema de coleta e descarte de resíduos da cidade, mas bairros residenciais não são locais apropriados para esse tipo de instalação. Existem áreas industriais ou zonas mais afastadas que podem ser mais adequadas e que não prejudicam a vida das pessoas", diz Jhessica.
Layene Silva, do Parque dos Ipês 2, também reclama. "Esse ecoponto é apenas um nome bonito para lixão, e não trará nenhum benefício para o nosso bairro. Muito pelo contrário, trará prejuízos aos moradores, pois a instalação desvalorizará as nossas casas. Além disso, trará poluição, trânsito de veículos e pessoas estranhas, tirando o pouco de segurança que possuímos", destaca Layene.
Com a indignação do projeto, os moradores dos dois bairros coletaram 1.500 assinaturas em um abaixo-assinado, contando, aliás, com o apoio de vereadores.
Projeto
A Prefeitura de Mirassol, em contrapartida, diz que a instalação ainda está em estudo. "Caso confirmada a instalação do ecoponto, não será para descarte de lixo, que já é levado para o aterro sanitário, será apenas para descarte de pequenas quantidades de podas de árvores e de resíduos da construção civil", diz em nota.
O órgão ainda cita que seguirá o mesmo modelo de outro ponto de apoio localizado no Jardim Karina, que é cercado, com portaria e segurança.
Em maio deste ano, após a reclamação dos moradores e a coleta das assinaturas do abaixo-assinado, o presidente da Câmara, Walmir Junior Chaveiro, solicitou que o Ministério Público (MP) tomasse providências sobre a intenção da Prefeitura. Em análise feita pelo MP, não foi apontado impedimento para a instalação. Na informação prestada ao MP pela Polícia Ambiental, a vistoria não encontrou possíveis danos.
(Colaborou Diego Bressant)