João Paulo Rillo pede impugnação de relator de CPI contra Edinho

João Paulo Rillo pede impugnação de relator de CPI contra Edinho
Sorteio dos integrantes da CPI aconteceu após a sessão desta terça-feira, 1º de abril (Reprodução/Vídeo)

O vereador João Paulo Rillo (Psol) protocolou nesta quinta-feira, 3, na Câmara de Rio Preto, um pedido de impugnação da definição do vereador Bruno Marinho (PRD) como relator da CPI formada para apurar as contas do governo Edinho Araújo (MDB) entre 2021 e 2024.

O requerimento para a abertura da comissão foi protocolado na Câmara na sexta-feira, com nove assinaturas. Entre segunda e terça, recebeu mais nove adesões. Depois da sessão realizada na terça-feira, 1º de abril, o sorteio definiu a composição da CPI.

Bruno Marinho foi sorteado como relator da comissão, sendo definidos também por sorteio Anderson Branco (Novo) como membro e Pedro Roberto (Republicanos) como suplente. Rillo é o presidente da CPI por ser o autor do requerimento.

O ato da Mesa Diretora da Câmara que formalizou a abertura da comissão foi publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial do município.

Marinho

Segundo o ofício de Rillo, os fatos a serem apurados "têm potencialidade para alcançar fatos e atos envolvendo o vereador Bruno Marinho".

O documento foi encaminhado ao presidente da Câmara, Luciano Julião (PL), que afirmou nesta quinta-feira que ainda não teve acesso ao pedido e que deve se manifestar na sexta-feira, 4.

Endividamento

O requerimento da CPI cita como fatos determinados o endividamento do município e até "manipulações orçamentárias". Em outro trecho, menciona a necessidade de apurar a suposta utilização do orçamento e da "máquina pública durante o período pré-eleitoral e eleitoral, para promoção pessoal e de terceiros".

Campanha

Segundo Rillo, há uma ação na Justiça Eleitoral sobre a campanha de Itamar Borges (MDB) a prefeito de Rio Preto referente ao patrocínio de times de futebol amador e eventos esportivos, o que colocaria em xeque a participação de Marinho na comissão.

O vereador sorteado como relator, no entanto, não é alvo de investigação judicial eleitoral, mas fotos da ação, na qual o nome de Bruno aparece em uma premiação, foram anexadas ao ofício.

A ação, proposta pela coligação formada pelo então candidato a prefeito Marco Rillo (PT), foi julgada improcedente em novembro do ano passado pela Justiça Eleitoral de Rio Preto. O recurso está no Tribunal Regional Eleitoral.

'Interesse'

Rillo afirma no documento que Bruno Marinho estaria envolvido "em fatos e eventos que deram ensejo às referidas manipulações". O presidente da CPI ainda declara que Marinho teria "interesse pessoal" na apuração dos fatos da comissão.

No ofício, Rillo também incluiu trechos do recurso no Tribunal Regional Eleitoral, no qual parecer da Procuradoria Regional Eleitoral, proferido em janeiro, defende que a sentença seja reformada para condenação da chapa encabeçada por Itamar.

A defesa do deputado negou irregularidades durante a campanha.

'Estranho'

O vereador Bruno Marinho afirmou à reportagem ser “estranho” que somente após o sorteio o nome dele seja "de forma vergonhosa e irresponsável, citado com a possibilidade de fatos e atos nela envolvidos" e que "se (esses fatos) fossem reais, deveriam constar no ato inicial, e não alegados de forma subjetiva" após a nomeação.

"É triste que o primeiro ato de uma CEI que deveria ser séria seja tentar desqualificar um de seus membros, que foi sorteado de forma pública, tendo inclusive a participação direta do vereador Rillo no sorteio. Ele esteve ao lado do presidente da Câmara, conferiu e ajudou a dobrar os papéis", complementou.

"Disputei a eleição de forma justa e correta, tendo minha diplomação como prova da vitória", disse Marinho, que citou ainda que o interesse da CPI seria "eleitoreiro". "Quanto à ação citada, ela não me envolveu, e sim o candidato que o partido ao qual pertenço decidiu apoiar nas eleições e que, pelo que tenho notícias, foi julgada improcedente", afirmou Marinho.