'Tarifaço' de Trump pode impactar empresas de Rio Preto e região

'Tarifaço' de Trump pode impactar empresas de Rio Preto e região
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (RS/Fotos Públicas)

Após o anúncio da tarifa adicional, em que o presidente Donald Trump fixou tarifa de 10% sobre os produtos brasileiros, a Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp) afirmou, em nota, que a taxação pode impactar diretamente empresas de Rio Preto e região. Segundo a Associação, especialmente exportadoras de produtos alimentícios, de componentes industriais e, em menor escala, o setor de serviços. 

De acordo com o presidente da associação, Jean Daher, por um lado, empresas que exportam para os Estados Unidos veem seus produtos ficarem mais caros e menos competitivos, o que reduz as margens de lucro ou acaba por exigir repasse de custos, comprometendo o volume de vendas e provocando ajustes no ritmo de produção. 

"Por outro, há a possibilidade de que componentes, peças e matérias-primas importados do mercado norte-americano encareçam, dificultando a rotina de indústrias que dependem desses itens para manter a produção em níveis adequados", diz.

Jean destaca que essa combinação de fatores resulta em pressões inflacionárias e um cenário de maior cautela no consumo, uma vez que a elevação de preços tende a refletir no poder de compra dos consumidores. Com isso, o comércio local também precisa se adaptar, buscando soluções estratégicas – como diversificar mercados e fornecedores – para amenizar os efeitos dessas tarifas e evitar prejuízos mais profundos na cadeia econômica.

"Na prática, essas tarifas encarecem os produtos brasileiros vendidos nos Estados Unidos. Em consequência, nosso exportador local vê a margem de lucro diminuir ou precisa repassar parte desse custo para o importador – o que torna o produto menos competitivo. Com essa desvantagem, algumas empresas daqui de Rio Preto e região podem precisar rever estratégias de exportação, buscar novos mercados, renegociar contratos ou até reduzir o ritmo de produção, dependendo da intensidade e do tempo de vigência desse tarifaço", afirma o presidente da Acirp. 

Ele ressalta que, embora grande parte das exportações do Noroeste paulista seja destinada a outros países além dos EUA, a repercussão global das decisões tomadas pela maior economia do mundo costuma gerar efeitos em cascata, impactando a dinâmica das negociações de diversos setores. 

"Diante desse cenário, reforçamos que a Acirp segue acompanhando de perto as movimentações do governo brasileiro e as negociações internacionais, bem como orientando nossos associados a buscar soluções para mitigar impactos e a diversificar mercados. Continuaremos a dialogar com órgãos competentes, reforçando a importância de políticas que protejam e estimulem a competitividade das empresas de nossa região no cenário global", finaliza o presidente da Acirp.