Motta e Bilynskyj fazem 'plantão' em Brasília e engrossam pressão pró-Bolsonaro

Deputados federais bolsonaristas decidiram manter as atividades no Congresso Nacional mesmo durante o recesso. O objetivo é mobilizar a oposição em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de nova operação da Polícia Federal na semana passada e da ordem de Alexandre de Moraes, ministro do STF, para que ele use tornozeleira eletrônica, entre outras restrições.
Paulo Bilynskyj (PL) e Luiz Carlos Motta (PL), ambos com domicílio eleitoral em Rio Preto, seguem na Capital Federal. Presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Bilynskyj marcou reunião do colegiado para esta terça-feira, 22, com objetivo de votar uma moção de apoio ao ex-presidente.
Motta, por sua vez, afirma que segue "acompanhando de perto os desdobramentos políticos e jurídicos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (que está nos Estados Unidos)".
Anistia
Uma reunião foi convocada por lideranças do PL nesta segunda-feira, 21, incluindo deputados e senadores. A mobilização também teve participação de deputados bolsonaristas do Novo, PP, Republicanos, PSD e União Brasil. Em entrevista depois da reunião, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou que a prioridade no retorno do recesso será pautar a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
"Nós temos como pauta nosso item número um. Não abriremos mão, na Câmara nem no Senado, de pautarmos anistia dos presos políticos do 8 de janeiro”, afirmou. Bolsonaro estava no Congresso para a reunião com líderes das bancadas do PL nas duas Casas.
Outra pauta colocada em discussão foi a busca de uma alternativa para "salvar" o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL). Sua licença de 140 dias terminou e ele disse que não irá renunciar. Para tanto, há em trâmite dois projetos que alteram o regimento da Câmara, medidas que podem garantir manutenção do mandato mesmo à distância.
Parlamentares bolsonaristas também defendem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com o fim de foro privilegiado.
REGIÃO
Bilynskyj divulgou vídeo nas redes sociais sobre a mobilização para manter as atividades mesmo durante recesso. "Em um país onde quem fala a verdade é punido, resistir é um dever. Sem pausa. Sem recuo" postou, ao lado do líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante.
"Manifestamos nosso apoio a ele e nossa indignação com a perseguição que ele tem sofrido", disse o deputado, por meio de nota.
'EQUILÍBRIO'
Motta afirmou à reportagem que acompanha de perto as mobilizações de parlamentares em Brasília. "O momento exige responsabilidade, equilíbrio e respeito às instituições. Estamos atentos a todas as movimentações e trabalhando para garantir que os princípios democráticos e os direitos individuais sejam preservados".
Sobre o recesso, Motta afirmou, em nota encaminhada por sua assessoria, que mantém "agenda ativa em Brasília e também nas bases, dialogando com lideranças e com a população".
"Embora não tenha reuniões de comissões marcadas neste momento, estou em contato constante com colegas parlamentares do PL e de outros partidos comprometidos com a defesa da liberdade, da justiça e da Constituição", afirmou.
Líderes do partido lançaram essa ofensiva após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgar comunicado de que as "férias" de julho seriam mantidas. A permanência em atividade é necessária para fomentar a reação às medidas adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação da PF contra Bolsonaro em inquérito que apura conduta do deputado federal autoexilado Eduardo Bolsonaro.
Moraes afirma que o ex-presidente confessou "atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira” ao condicionar o fim do tarifaço de 50% a produtos brasileiros, anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, à aprovação de projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
Além de terminar uso de tornozeleira eletrônica, Moraes proibiu o ex-presidente de usar redes sociais, além de determinar recolhimento domiciliar.
Burlar
Nesta segunda, Moraes, decidiu que a medida cautelar imposta a Bolsonaro, que o proíbe de usar redes socais, também inclui participação em lives em qualquer plataforma de redes socais, inclusive "transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiro s".
O ministro afirma que o ex-presidente poderá ser preso se descumprir a decisão judicial. Após a decisão, Bolsonaro desistiu de uma entrevista que daria a jornalistas na Câmara dos Deputados no período da tarde.
Segundo o ministro, se Bolsonaro usar algum desses meio para ‘burlar a medida’, será punido com ‘imediata decretação da prisão'.
(Com Agência Estado)
Protesto reúne dez bolsonaristas
Um grupo de bolsonaristas fez nesta segunda-feira, 21, no viaduto sobre a BR-153, em Rio Preto, um ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por volta das 17h30 havia 10 manifestantes no local com bandeira do Brasil, faixas e cartazes. A atividade tem por objetivo divulgar o acampamento que se pretende instalar no entroncamento da Washington Luís com BR a partir de sexta-feira, 25.