Júri condena assassino de enfermeira do HB a 30 anos de prisão em Rio Preto

Júri condena assassino de enfermeira do HB a 30 anos de prisão em Rio Preto
Durante o crime, o agressor espalhou fotos do casal pelo quarto - ele não aceitava o fim do relacionamento (Reprodução/Perícia Técnica)

Trinta anos de prisão. Essa foi a sentença imposta ao desempregado Cícero Weldo Gomes Lima, por ter matado a enfermeira Juliana Landim Simão, ex-mulher do criminoso, que não aceitava o fim do relacionamento.

Em júri popular realizado nesta quinta-feira, 25, o conselho de sentença acompanhou a denúncia do Ministério Público e reconheceu as qualificadoras da torpeza, da asfixia, do recurso que impossibilitou a defesa da vítima e do feminicídio.

A pena trouxe uma resposta ao sofrimento da família de Juliana.

"Sei que no Brasil não existe prisão perpétua. Mas creio que a mão do nosso Deus Altíssimo pesa sobre todos nós. Eu minha família somos eternamente gratos às autoridades, policiais, amigos de trabalho e a sociedade que nos apoiaram e se mobilizaram para que a justiça fosse feita", disse a irmã Fabiana Landim.

O homem, que estava preso preventivamente há cinco anos no Centro de Detenção Provisória, será transferido para uma penitenciária da região.

Ele foi representado pelos advogados Gabrielly de Souza Martineli e Gustavo Cipullo Nesteruk Moreira que, durante o julgamento, tentaram convencer os jurados de que o crime não foi praticado por vingança e mediante surpresa. A defesa já manifestou que vai recorrer da sentença.

"Farei recurso de apelação, pedindo tanto a redução da pena quanto possível julgamento contrário à lei, no caso das duas qualificadoras", afirmou Gustavo.

O crime

Juliana foi encontrada morta dentro do apartamento onde morava no bairro São Manoel, em Rio Preto, em janeiro de 2019. O crime foi descoberto somente dois dias depois de a vítima ser assassinada pelo ex-marido, que não aceitava o fim do relacionamento.

Segundo informações do processo, após matar a esposa, ele utilizou o celular dela para conversar com familiares e amigos, de modo a não levantar suspeita sobre a morte da vítima.

O caso só foi descoberto após a irmã, Fabiana Landin, descobrir que Juliana não comparecia ao trabalho há dois dias.

Com ajuda da polícia, a porta do apartamento foi arrombada. A vítima foi encontrada com as mãos e pés amarrados com "enforca gato". O assassino também tapou a boca da enfermeira com uma fita adesiva. No corpo dela ficaram as marcas do estrangulamento.

Cícero foi preso logo depois no estado de Pernambuco.

Na época do crime a filha do casal tinha cinco anos.