Influenciador de Rio Preto é indiciado por calúnia, injúria e difamação contra Itamar Borges

A Polícia Civil de Rio Preto indiciou o influenciador digital Bruno Henrique Garcia, administrador de um perfil com milhares de seguidores, por calúnia, difamação e injúria contra o deputado estadual Itamar Borges (MDB), pré-candidato a prefeito de Rio Preto.

Segundo apurado pela reportagem, a conduta está relacionada a um vídeo publicado pelo influenciador em que ele insinua que o deputado poderia ter envolvimento na agressão sofrida por ele durante um evento no Recinto de Exposições de Rio Preto em março deste ano.

No dia 20 de março, o deputado ingressou com uma representação contra Bruno Garcia e um inquérito foi instaurado pelo delegado João Layaette Sanches Fernandes, titular do 1º Distrito Policial.

'Coincidência'

De acordo com o documento, Bruno afirma que é “muita coincidência” ter sido agredido no mesmo dia em que o político estava no camarote do evento, e que acredita que a agressão poderia ser uma retaliação a críticas que ele faz na página dele, já que nada foi levado pelos agressores.

Em outro vídeo, o influenciador afirma que teve a conta banida e que está sendo silenciado. Na sequência, passam fotos de personagens com bigodes avantajados, característica marcante de Itamar.

Dois vídeos feitos por ele foram periciados pelo Instituto de Criminalística e compõem o inquérito.

'Aleatório'

Em depoimento na delegacia, Bruno confirmou que, após sofrer a agressão, fez referências à políticos que estavam no camarote, "de forma aleatória". Afirmou que emitiu uma opinião pessoal de achar "muita coincidência" (sic) os fatos se darem com a presença dos políticos no evento. Consta no documento que ele disse não ter condições de acusar ninguém, "não sabendo informar quem são as pessoas que lhe agrediram, tampouco se houve ou não algum mandante".

Calúnia significa dizer de forma mentirosa que alguém cometeu um crime. Difamação é ofender a reputação de alguém. E injúria significa atribuir palavras ou qualidades negativas a uma pessoa. Por ter caráter subjetivo, depende da vítima afirmar que se sentiu atacada.

Bruno foi notificado do indiciamento e, nesta quinta-feira, 25, o delegado Lafayette encaminhou o inquérito para a Justiça.

“Por se tratar de ação penal privada, depende da vítima oferecer queixa-crime e dar andamento em um processo criminal”, informou o delegado.

Investigação

Com relação à agressão sofrida pelo influenciador durante o evento, Lafayette informou que as investigações prosseguem com o objetivo de identificar os envolvidos.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do deputado e o advogado André Nardini, que representa Bruno Garcia. O espaço está aberto para manifestação.