Muro da Prefeitura de Rio Preto é pichado com dizeres 'Marcondes racista'

Muro da Prefeitura de Rio Preto é pichado com dizeres 'Marcondes racista'
Pichação foi realizada na madrugada desta terça-feira, 25 (Colaboração / Leitor)

Apesar da rivalidade histórica entre o Palmeiras e o Corinthians, o ato de injúria racial cometido pelo vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes, contra um segurança do time do Palmeiras, no estádio Maião, parece ter unido as duas torcidas. Pelo menos, na indignação.

Na madrugada desta terça-feira, 25, o muro do Paço Municipal, na Prefeitura de Rio Preto, foi pichado com os dizeres "Marcondes racista".

Uma inscrição abaixo traz o símbolo do Corinthians e a identificação "Brisa", codinome utilizado pelo pichador, além da sigla "PDF", que significa "Pichadores da Fiel".

O registro foi feito ao lado do famoso grafitti do Lampião.

Os dizeres antecedem o protesto marcado às 14h em frente à Prefeitura de Rio Preto.

Ainda não há registro de boletim de ocorrência sobre o caso.

Defesa
Na tarde desta segunda-feira, 24, o advogado de Marcondes, Edlênio Xavier Barreto, emitiu uma nota em que os vídeos em que o vice-prefeito aparece xingando um segurança do Palmeiras de "macaco velho" após um jogo no estádio José Maria de Campos Maia, em Mirassol, "ainda não passaram por análise pericial e, portanto, não serão objeto de pronunciamento oficial nesta oportunidade, reservando-se para um momento oportuno."

"Conforme o Boletim de Ocorrência lavrado pela suposta vítima, após o término do jogo, enquanto exercia sua função, foi solicitado a um adolescente que se retirasse da área do estacionamento para manter a passagem livre. Segundo o relato, o Sr. Fábio Marcondes, defendendo seu filho, teria questionado: 'O que você pensa que é para falar com meu filho desse jeito?', sendo informado de que o adolescente estava sendo tratado com educação e que a orientação se limitava ao cumprimento de sua função. Acrescenta-se que o Sr. Fábio teria respondido com 'Vai se foder', ao que a vítima retrucou: 'Vai você'. Com o devido respeito, esse relato evidencia que a própria vítima reconhece a ocorrência de um episódio não divulgado na imprensa, embora os fatos tenham ocorrido de maneira diversa da forma narrada", escreveu o advogado.

Segundo Edlênio, "a defesa demonstrará que a narrativa apresentada até o momento não reflete a totalidade dos acontecimentos, valendo-se de testemunhas, eventuais registros audiovisuais adicionais, análises técnicas e demais provas admitidas."

"Diante da relevância do tema e da necessidade de um combate eficaz a qualquer forma de discriminação, é fundamental que a aplicação das normas relacionadas ocorra com responsabilidade, em estrita observância aos critérios jurídicos que as definem. A ampliação indevida ou a interpretação equivocada desses conceitos pode comprometer sua finalidade protetiva, fragilizando sua eficácia e impactando a segurança jurídica, além de dificultar a identificação e a punição de condutas verdadeiramente discriminatórias, prejudicando a tutela dos direitos fundamentais. Por fim, a defesa reafirma sua confiança na imparcialidade da apuração, reforçando que o Sr. Fábio Marcondes não cometeu nenhum delito e permanece à disposição das autoridades, colaborando integralmente para o esclarecimento dos fatos", conclui a nota.