Passagem de ônibus entre cidades da região de Rio Preto fica 10% mais cara
Usuários do transporte coletivo intermunicipal foram surpreendidos nesta semana com o reajuste de 10% no valor da passagem, autorizado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) na sexta-feira, 28 de junho. O percentual representa mais que o dobro da inflação acumulada de 2023, que foi de 4,62%. O aumento impacta diretamente milhares de moradores da Região Metropolitana de Rio Preto.
"Ônibus lotados, sujos, sucateados. É revoltante esse aumento de 10% sem a devida contrapartida na melhoria da qualidade dos serviços", desabafa o encarregado administrativo Jorge Paulino, 55, que viaja todos os dias de Monte Aprazível a Rio Preto para trabalhar. A passagem, que antes custava R$ 8,85, passou para R$ 9,75.
A portaria que autoriza o aumento da tarifa estabelece que, antes do início da cobrança dos novos valores, as empresas de transporte coletivo deveriam divulgar em seus guichês de vendas e nos ônibus o valor do reajuste autorizado.
"Moro em Potirendaba e trabalho em Rio Preto. Segunda-feira, paguei R$ 8,75 de passagem. Na volta para casa, o motorista falou: 'A passagem amanhã será R$ 9,75'. Foi assim que fiquei sabendo. O problema maior é a frota sucateada, nem ar-condicionado tem", lamenta o funcionário público municipal Luciano Rodrigues Fonseca.
Naitiele Cristina de Oliveira Silva, 27, teme perder o emprego. "Não sei se o meu patrão vai conseguir custear a passagem. Trabalho todos os dias em Rio Preto, inclusive sábado e domingo. A passagem de Bálsamo passou de R$ 7,70 para R$ 8,50", afirma.
Jean Gabriel de Brito, que mora em Mirassol, vai passar a pagar R$ 7,45 para trabalhar em Rio Preto. "Soube pelo motorista (do aumento). Tiro do meu bolso a passagem de ônibus e vou ter que reorganizar meu orçamento".
Entre os passageiros, é unânime o descontentamento com os serviços prestados pelas empresas, o que inclui a falta de manutenção dos ônibus que, com frequência, quebram nas rodovias.
Questionada sobre o percentual de reajuste, a Artesp respondeu que "o novo valor obedece a tabela que considera a faixa quilométrica do seccionamento tarifário". As empresas que realizam rotas com pedágio ainda estão autorizadas a incluir o valor adicional sobre o reajuste, de acordo com as normas da agência reguladora.