Pedro Ganga avalia a última gestão à frente da Secretaria de Cultura de Rio Preto
Pedro Ganga é um dos secretários mais longevos da última gestão, tendo permanecido à frente da Cultura desde 2017 até 2023. Professor de Educação Artística, pedagogo e integrante do corpo docente do Senac, sabe bem o território que está pisando - desde os anos 1970, milita no cenário rio-pretense. Além disso, coordenou a Bienal do Livro em 1986, foi diretor do Teatro Municipal, colaborou com a preservação da Swift e do Teatro Municipal Paulo Moura e esta foi sua segunda gestão como secretário.
Em entrevista ao Diário, ele fez um balanço dos últimos oito anos à frente da Secretaria de Cultura de Rio Preto, período que deve terminar em 1º de janeiro, com a chegada de novo time ao Executivo municipal, comandado pelo prefeito eleito Coronel Fábio Cândito. Em sua avaliação, houve um avanço nas políticas públicas do setor, bem como na infraestrutura.
O INÍCIO
No primeiro ano de mandato, a pasta lançou o Escuta, com o intuito de ouvir a classe artística e a partir daí buscar, em consonância com os profissionais, os objetivos. “A prova de que essa conexão deu frutos está aí com um Conselho Municipal de Políticas Culturais formado, ativo, deliberativo”, afirma. O CMPC é composto por 78 membros e reúne poder público, artistas e segmentos da sociedade, como universidades e instituições.
“Através do Conselho e com a participação da classe artística e da população, chegou-se à elaboração do Plano Municipal de Cultura e à estruturação do Sistema Municipal de Cultura”, recorda Ganga. “Hoje a Cultura em Rio Preto também conta com um fundo municipal.”
Rio Preto como destaque
Sob a gestão de Ganga, eventos tradicionais voltaram a tomar forma. O Festival Internacional de Teatro (FIT), por exemplo, que leva intervenções culturais e peças a todos os cantos da cidade, inclusive de forma gratuita e aberta ao público, passou por reestruturação. Novamente, foi feita parceria com o Sesc São Paulo. “Elevando o patamar do FIT a destaque nacional e internacional, como um dos principais festivais do gênero na América Latina”, diz o professor.
Outros destaques que colocam Rio Preto na cena cultural são o Janeiro Brasileiro da Comédia e o Festival Nacional de MPB Vinicius Nucci Cuccolichio, que conta com a participação de nomes de todo o Brasil. “Esses festivais também foram retomados e tivemos edições de sucesso, exceto no período pandêmico”, destaca Ganga.
REFORMAS
Foi sob a gestão de Ganga que dois espaços essenciais à cultura rio-pretense foram reformados, reestruturados e revitalizados: a Casa de Cultura Dinorath do Valle (que é palco para cursos e oficinas) e o Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto, que recebe espetáculos durante todo o ano.
“O teatro ganhou um anexo novo para abrigar camarins, sala de ensaio, bilheteria e administração, além de um túnel que conecta essa área ao teatro externamente”, descreve Ganga.
Outros espaços também passaram por intervenções, ainda que mais modestas, nos últimos oito anos: o Teatro Municipal Nelson Castro e o Núcleo de Artes Roberto Farath. Um novo veículo recebido há pouco dará continuidade ao projeto da Biblioteca Móvel.