Presidente do Palmeiras cobra punição a Marcondes em coletiva

Presidente do Palmeiras cobra punição a Marcondes em coletiva
Presidente do Palmeiras, Leila Pereira, em entrevista nesta sexta, 7 (Cesar Greco/Palmeiras)

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, citou em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 7, o episódio em que o vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes (PL), chamou um segurança do clube de “macaco velho” e “lixo” no jogo contra o Mirassol no último dia 23.

O caso, registrado em vídeo, teve repercussão nacional. Um inquérito por injúria racial foi aberto na Delegacia Seccional de Rio Preto contra Marcondes, a partir de boletim de ocorrência registrado pelo segurança após a partida. Leila afirmou que Marcondes será processado.

O episódio provocou crise política no governo do Coronel Fábio Candido (PL).

Marcondes foi exonerado, a pedido, da Secretaria de Obras e tirou licença da função de vice-prefeito inicialmente por dez dias, renovado por mais 10 dias. (leia ao lado).

Leila falou sobre o caso ao se referir a outro episódio de racismo, que ocorreu na quinta-feira, 6, em partida da Libertadores Sub-20, quando um torcedor do Cerro Porteño imitou um macaco em frente ao atacante Luighi, de 18 anos, que saiu de campo chorando.

Mesmo

A dirigente do time da Capital lembrou que há 15 dias o “mesmo fato” ocorreu no Brasil, em referência ao episódio protagonizado por Marcondes. Ela criticou o fato de o episódio ter ocorrido na presença de policiais militares, sem que os mesmos levassem o vice- prefeito de Rio Preto preso, como prevê a legislação brasileira. E cobrou punição.

A PM informou, dois dias depois do ocorrido, que abriu procedimento para apurar a conduta de policiais que acompanharam a confusão, que ocorreu após o jogo, em Mirassol.

"Atacado"

“Há 15 dias aconteceu o mesmo fato aqui no Brasil com um colaborador nosso, da segurança, que foi criminosamente atacado pelo crime de racismo também pelo vice-prefeito de São José do Rio Preto na frente de três policiais, que não fizeram absolutamente nada”, disse a presidente do Palmeiras.

“Essa pessoa que atingiu de uma forma criminosa e racista nosso segurança deveria ser preso em flagrante. Estamos fazendo aqui dentro, de uma forma jurídica. Essa pessoa será processada na esfera cível e criminal, mas poderia ter sido presa em flagrante. Um vice-prefeito e absolutamente nada foi feito. Então, enquanto houver essa certeza da impunidade, esse crime vai continuar prosperando", afirmou Leila.

DEFESA

A reportagem entrou em contato com a defesa de Marcondes e solicitou posicionamento sobre a declaração da presidente do Palmeiras e não teve reposta até o fechamento desta edição.

Em nota divulgada na quinta, 7, o advogado Edlênio Xavier Barreto afirmou que a investigação está sob sigilo. "A defesa não irá se manifestar sobre a apuração em andamento, tendo em vista que a investigação está sob sigilo”, afirma a nota.

Em postagem nas redes sociais, após o caso, Marcondes afirmou que o vídeo divulgado mostrava um recorte, "não refletindo a totalidade dos fatos". Afirmou ainda que a discussão teve início a partir de ofensas do segurança ao seu filho e que não teve "a intenção de ofender ou prejudicar qualquer indivíduo, ou grupo".

Prefeitura

O governo do Coronel Fábio Candido afirmou, por meio de nota, que "reafirma seu compromisso inegociável com os princípios da igualdade, do respeito e da justiça". "Desde o início do ocorrido, adotamos as medidas cabíveis e mantemos nossa posição de repúdio a qualquer ato de racismo", afirma a nota.