Vendas de carros 0 km crescem 19,5% em Rio Preto
A venda de automóveis em Rio Preto no ano de 2024 foi 19,5% maior que em 2023. O número é maior que a média nacional, de 14%. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos automotores (Fenabrave).
Segundo especialistas, a alta tem a ver com os incentivos dados pelo governo federal para a indústria automotiva, o nível de emprego e acesso ao crédito.
Segundo a Fenabrave, em Rio Preto, foram comercializados 7.166 carros, contra 5.993 em 2023, um aumento de 19,5%. Depois, aparecem as motos. Foram 3.373 vendidas em 2023 contra 3.591 no ano passado, perfazendo uma alta de 6,4%.
Os veículos comerciais leves, também obtiveram alta nas vendas que saltaram de 1.679 veículos em 2023 para 1.953 em 2024, 18,8% de aumento. A alta seguiu também nas vendas de caminhões. Foram 377 vendas em 2023 contra 487 em 2024, alta de 29,1%.
Por outro lado, as vendas de ônibus caíram 41%. Foram 111 veículos vendidos em 2023 contra 65 em 2024.
No total, sem contar implementos, foram comercializados 13.262 veículos zero quilômetro em Rio Preto no ano de 2024, contra 11.533 em 2023, alta de 15%. Estes números são ligeiramente abaixo da média nacional, que ficou em 15,5%.
Em todo o país, segundo a Fenabrave, foram registradas vendas de 4.744.179 unidades, em comparação às 4.107.811 do ano anterior. O resultado superou as previsões de crescimento da Fenabrave (12%) e da Anfavea (6,1%) refletindo a recuperação do mercado após anos de retração.
A maior demanda foi impulsionada pela recuperação econômica, expansão do crédito, aumento no nível de emprego e descontos oferecidos pelas concessionárias.
“Já esperávamos essa alta significativa na indústria automobilística, primeiro ao melhorar o nível de emprego e o acesso ao crédito. Então, os bancos acabam emprestando crédito com a taxa de juros menores. O governo incentivou a indústria automobilística a produzir mais” afirma Hipólito Martins Filho, economista.
TENDÊNCIAS
O segundo semestre foi o mais aquecido para vendas, e dezembro de 2024 registrou o melhor desempenho em cinco anos, com 257,4 mil unidades vendidas, alta de 3,6% em relação ao mesmo mês de 2023.
Segundo Moacir Bartolomei Junior, diretor-comercial da Nissan Ville, apontou a diversidade do público, que inclui desde jovens adquirindo o primeiro carro até empresários em busca de tecnologia e conforto.
“O nosso público está bem mesclado, temos desde o cliente que estão ganhando o primeiro carro como também profissionais liberais, empresários. Os clientes buscam tecnologia, design e conforto”, afirma
Ele também observou os fatores que impulsionaram as vendas e as facilidades oferecidas pela concessionária. “O aumento é por conta da qualidade do produto, política comercial da montadora, e aumento de veículos na modalidade PCD. Além dos bancos que estão liberando mais crédito, a tendência dos consumidores é ir para as compras, refletindo nas nossas vendas”, conta.
O gerente comercial João Victor Borghezan de Moraes, da GWM Caminho, apontou que a condição comercial no mercado de carros zero também atrai consumidores.
“A condição comercial que o veículo zero entrega é mais agressiva, ela ajuda, porque se a pessoa tem um carro usado, a concessionária te oferece bônus, e mata a diferença do valor de um usado” diz.
INCENTIVOS
A empresária Camila Nunes Pires, relatou ter adquirido um modelo híbrido em outubro, para evitar reajustes. “Na virada do ano teria aumento, isso influenciou na troca em outubro. Compramos com um bom desconto na concessionária, além de vender meu carro antigo usei uma carta de crédito de um consórcio” explica.
Já o advogado Mauro Fernandes Galera priorizou conforto e segurança ao adquirir um carro zero. Ele relata não ter utilizado incentivos, apenas descontos da concessionária.
“Houve um aumento considerável no período de pandemia que refletiu nos preços atuais. Não tenho expectativa de alguma redução, assim, optei em comprar o carro agora”, afirma.
EXPECTATIVAS
Apesar da recuperação, o total de 2024 ainda ficou 5,5% abaixo de 2019. Para 2025, a Fenabrave prevê crescimento de 7%, com 4,9 milhões de veículos emplacados, enquanto a Anfavea estima mais de 2,8 milhões de unidades no segmento de autos e leves, o maior número em 11 anos.
Hipólito Martins alerta para variáveis como o preço do petróleo e o nível de emprego, mas avalia um papel crescente para os carros elétricos. “A expectativa para o setor é boa em 2025, vamos aguardar, isso depende do preço do petróleo, do nível de emprego. Por enquanto, os carros elétricos ainda não influenciam no aumento, mas ajudam, já que são mais caros e atendem nichos específicos. Com a questão ambiental, devem ganhar participação importante” diz.
João Victor Borghezan de Moraes destacou 89% de aumento na venda de veículos híbridos e 100% elétricos em 2024, com projeções positivas para 2025 apesar dos desafios relacionados à infraestrutura.
“Os híbridos e elétricos tiveram influência nesse aumento das vendas, obviamente, as pessoas ainda têm receio quanto à infraestrutura, de não ter onde abastecer, de não ter respaldo necessário andando com um elétrico. Quem compra, faz uso urbano, onde o custo-benefício é maior e as manutenções mais baratas” conclui. (Colaborou Ana Beatriz Aguiar)