Acusado de matar menina de 10 anos será julgado nesta quinta-feira em Rio Preto

Acusado de matar menina de 10 anos será julgado nesta quinta-feira em Rio Preto
Policiais no local onde o corpo da menina foi encontrado (Marco Antonio dos Santos 13/9/2023)

Um crime de grande comoção na região de Rio Preto terá um desfecho nesta quinta-feira, 10. Carlos Eduardo dos Santos Alves senta no banco dos réus para ser julgado pelo estupro e assassinato da pequena Mikaele dos Santos Santos, de apenas 10 anos de idade. O crime aconteceu em setembro de 2023, no bairro Santo Antônio. “Será a primeira vez que ficarei de frente com o assassino da minha filha”, diz Márcia Correa dos Santos.

Carlos foi identificado por meio de câmeras de monitoramento após o corpo da criança ser encontrado em uma casa em construção.

Em interrogatório, ele afirmou que estava usando crack, cocaína e álcool há três dias e, ao encontrar a menina, a qual já conhecia de vista, “sentiu um gosto de sangue”. O homem alega que teve uma espécie de distúrbio e só recobrou os sentidos momentos depois, quando estava todo sujo de sangue. Levado para o local do crime, ele afirmou que se lembrava de ter golpeado a criança com uma faca, mas negou o estupro. Posteriormente, a violência sexual foi confirmada em laudo.

Para o promotor Evandro Ornelas Leal, Carlos matou Mikaele para garantir a impunidade do estupro, porque a menina o conhecia e poderia denunciá-lo.

Acompanhando a denúncia do Ministério Público, o réu será julgado por homicídio qualificado por meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, para assegurar a impunidade de outro crime e contra menor de 14 anos, além de estupro de vulnerável.

Durante o processo, o advogado Renato Cezar Ananias do Amaral, nomeado pela Defensoria Pública, requereu avaliação de insanidade mental e toxicológica do acusado, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Justiça

Márcia disse que a condenação de Carlos representa uma resposta da sociedade, mas não ameniza a dor pela morte violenta da filha. Especialista em direito das mulheres, Daiana Pessoa vai atuar como assistente de acusação.

“Minha atuação nesse processo é orientada pelo compromisso com os direitos das meninas em situação de vulnerabilidade social, que são frequentemente invisibilizadas nas estatísticas e nas estruturas de proteção. O que aconteceu com essa criança é um alerta para toda a sociedade: precisamos enfrentar com seriedade a violência sexual e o feminicídio infantil, garantindo justiça, responsabilização e, principalmente, prevenção”.

O advogado do réu não retornou o pedido de contato.

O júri popular está marcado para 13h30 no Fórum central de Rio Preto.