Bacalhau salgado e dessalgado é o campeão de vendas na Quaresma em Rio Preto

Bacalhau salgado e dessalgado é o campeão de vendas na Quaresma em Rio Preto
Segundo Fabrícia Roweder Antônio, da Mar & Rio, o campeão de vendas é o bacalhau salgado e dessalgado (Guilherme Baffi 15/4/2025)

Quem deixou para comprar os pescados, típicos da Semana Santa, de última hora, já reparou que as lojas e supermercados já estão com movimento maior nesta semana. O setor já sente o impacto dessa demanda crescente, com um aumento médio de 30% nas vendas durante a Quaresma e um salto expressivo de até 300% na Semana Santa. A expectativa de algumas peixarias é vender 10% a mais, em todo o período, que o ano passado.

Segundo a sócia-proprietária da Mar & Rio Pescados, Fabricia Roweder Antônio, o campeão de vendas é o bacalhau salgado e dessalgado. Ela destaca ainda a diversidade de preços. “Desde sardinha a R$ 9,90; panga a R$ 29,90, o filé de bacalhau saithe dessalgado por R$ 49,90, o bacalhau sem pele e sem espinha R$ 89,90, até à caixa de bacalhau Gadus morhua dessalgado por R$ 159,90”.

Na Ilha dos Pescados, a gerente de varejo, Roberta Machado Amantea ressalta a procura por salmão, tilápia e bacalhau. Ela ainda conta que não houve mudança no preço do filé saithe desde o ano passado. “O que mais sai é o peixe tipo bacalhau, o saithe filé R$ 59,90 o kg, o pessoal tem preferido pelo custo benefício”.

DEMANDA

O consumo se amplia para além de um público específico com as celebrações religiosas. Na Ilha dos Pescados, Roberta espera um forte aumento.

“As expectativas sempre são em relação ao aumento de vendas, visto que a cada ano que passa o consumo de peixe tem aumentado, as expectativas para a Semana Santa são de um aumento no mínimo de 200% nas vendas. Desde pessoas mais jovens até mais idosas. Nessa época não tem muita distinção de atingir somente um público alvo” completa a gerente.

Na Mar & Rio, Fabricia percebeu um aumento de 30% em todo o período quaresmal. Na Semana Santa, a previsão é de alta de 300% nas vendas, sobretudo nos últimos dias antes da sexta-feira. “Nós nos preparamos para vender 10% a mais que o ano passado e depois avaliar o que de melhor faremos no ano seguinte” diz.

“Alguns estão se antecipando, sim, porém a grande maioria vai deixar para última hora. Estamos acostumados e pegamos um time maior já para ajudarmos nessa última semana” afirma Fabrícia.

A sócia-proprietária da Coral Pescados, Larissa Faria, espera 30% de aumento comparado ao faturamento da Semana Santa de 2024. “Esperamos um aumento de mais de 100% nas vendas durante essa Semana Santa em relação às semanas normais. Já em relação ao ano passado, um aumento de 30%”, conta.

SUPERMERCADOS

O Procon divulgou nesta semana uma pesquisa comparativa de preços para Páscoa de 2025, que revelou uma grande variação de preços entre sete supermercados da cidade. Nos Pescados in natura (à granel) a maior diferença foi de 56,29%, encontrada no bacalhau porto inteiro, cujo preço por quilo variou de R$ 127,90 a R$ 199,90.

DESAFIOS

Mesmo com o aquecimento nas vendas, os empresários enfrentam desafios. A sócia-proprietária da Mar & Rio Pescados, compartilha a dificuldade de repassar o aumento no bacalhau. “Como somos um dos maiores importadores de pescados, conseguimos não repassar o aumento do bacalhau. Adiantamos a compra do filé Saithe e esse ano está R$ 49,90, mais barato que ano passado. Agora do Gadus morhua aumentou um pouquinho do ano passado para cá, em torno de R$ 10. A gente teve que tentar manter para ganhar na concorrência, mas é óbvio que um pouquinho veio”, afirma.

O setor enfrenta fatores climáticos e logísticos que impactam os preços. “Alguns desafios como aumento nos custos de produção, fatores naturais como estiagem e altas temperaturas impactam diretamente na produção e manutenção dos viveiros, refletindo nos preços finais”, diz Larissa Faria Antonio.

RESTAURANTES

Alguns restaurantes também entram no clima da Semana Santa com cardápios especiais, tendo o bacalhau como carro-chefe das refeições tradicionais; É o caso do restaurante Pouso e Decolagem, que tradicionalmente abre na sexta-feira da Paixão e no domingo de Páscoa, para almoço e jantar.

A proprietária do restaurante, Danielle Rugno, conta que, em comparação com o ano passado, o prato que leva bacalhau e serve até 4 pessoas teve reajuste de R$ 20,00.

“Não deu nem 10% de aumento do que ele estava, até que o aumento dele não foi grande. É mais para custear o que é necessário para servir esse prato, e não o peixe em si, ou o bacalhau. O que subiu muito foi o óleo, a batata, o pimentão, o tomate, inclusive a mão-de-obra, a manutenção”, diz. (Colaborou Ana Beatriz Aguiar)