Mesa mantém Bruno Marinho como relator de CPI contra Edinho na Câmara de Rio Preto

Mesa mantém Bruno Marinho como relator de CPI contra Edinho na Câmara de Rio Preto
Vereador Bruno Marinho foi definido por sorteio como relator (Divulgação/Câmara de Rio Preto)

A Mesa Diretora da Câmara de Rio Preto, presidida por Luciano Julião (PL), rejeitou nesta terça-feira, 15, solicitação formulada pelo vereador João Paulo Rllo (Psol) de impedimento da participação de Bruno Marinho (PRD) na CPI do Orçamento, criada para investigar supostas irregularidades em gastos e endividamento do município no último mandato do ex-prefeito Edinho Araújo (MDB).

Rillo é o presidente da CPI, por ser o autor do requerimento que garantiu a abertura da comissão, no final de março. Inicialmente, nove parlamentares, incluindo quatro do PL, partido do prefeito de Rio Preto, Coronel Fábio Candido (PL), assinaram o requerimento que garantiu a abertura da apuração. Posteriormente, outros nove vereadores subscreveram o documento. A composição da CPI foi definida por meio de sorteio. Marinho foi sorteado relator, Anderson Branco (Novo) foi sorteado como membro e Pedro Roberto (Republicanos), como suplemente.

ARGUMENTOS

A comissão foi formalmente instituída com ato do presidente em 3 de abril. No mesmo dia, Rillo pediu que fosse declarado o impedimento de Marinho. O psolista argumentou que os fatos a serem apurados teriam "potencialidade para alcançar fatos e atos envolvendo o vereador Bruno Marinho".

A CPI cita como fatos determinados para a investigação o endividamento do município e até supostas "manipulações orçamentárias". Em outro trecho, menciona a necessidade de apurar a suposta utilização do orçamento e da "máquina pública durante o período pré-eleitoral e eleitoral, para promoção pessoal e de terceiros".

Rillo citou ação na Justiça Eleitoral sobre a campanha de Itamar Borges (MDB) a prefeito de Rio Preto no ano passado, referente ao patrocínio de times de futebol amador e eventos esportivos. Apesar de Bruno Marinho não ser alvo da ação, seu nome aparece em uma premiação de evento. A ação foi julgada improcedente em novembro do ano passado pela Justiça Eleitoral de Rio Preto. O recurso está no Tribunal Regional Eleitoral.

'SEM INDÍCIOS'

Segundo comunicado do presidente da Câmara, a Mesa "não constatou a presença de indícios ou razões que justificassem o seu afastamento dos trabalhos, nos termos regimentais". "A Câmara Municipal respeita a autonomia da comissão para deliberar, por maioria, as medidas que julgar pertinentes para o deslinde das investigações, inclusive quanto à elaboração e aprovação do relatório final."

Marinho afirmou à reportagem que "não esperava outra decisão, tendo em vista que o pedido não tinha nenhum embasamento jurídico, muito menos moral". "Agora é continuar o trabalho com seriedade, assim como todas as ações do nosso mandato", complementou. Marinho afirma, ainda, que vai analisar se alguma "medida externa" será adotada.

Já Rillo informou, por meio de sua assessoria, que cumpriu "papel regimental de apontar o impedimento do vereador relator e a Mesa Diretora se posicionou pela sua permanência. Segundo ele, a comissão "seguirá trabalhando, como já está fazendo, e esperamos uma postura adequada do vereador Bruno Marinho diante dos fatos que estão sendo investigados".