Décimo terceiro deve injetar R$ 457 milhões na economia rio-pretense
O pagamento do 13º salário deve injetar R$ 457 milhões na economia de Rio Preto. É o que prevê o Centro de Estudos Econômicos da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp). O montante é 15,40% maior do registrado no mesmo período do ano passado, quando o valor era de R$ 396 milhões.
O levantamento da Acirp foi divulgado na quarta-feira, 13, e aponta o setor de serviços com a maior fatia da injeção financeira, com um montante de R$ 252,3 milhões, representando 55,12% do total.
Em seguida, o comércio, com R$ 100,2 milhões (21,89%), e o setor industrial, com R$ 71 milhões (15,51%). Os setores de construção (6,96%) e agropecuária (0,52%) também participam, com R$ 3,9 milhões e R$ 2,4 milhões, respectivamente, demonstrando a relevância do 13° salário para todos os segmentos produtivos.
De acordo com o estudo, o benefício contribui para o fortalecimento da economia local, proporcionando aos trabalhadores um recurso extra que se reflete no aumento do consumo e, consequentemente, no aquecimento dos negócios da região.
O economista responsável pelo Centro de Estudos Econômicos da Acirp, Adnan Jebailey, afirma que esse será um valor que tornará as datas comemorativas de fim de ano mais otimistas para a cidade. Os dados são positivos, segundo ele, porque demonstram que boa parte dos trabalhadores utiliza esse recurso para quitar dívidas atrasadas, mas também para comprar na Black Friday e Natal.
"O 13° impacta diretamente as vendas de fim de ano, pois boa parte da população realiza as compras de Natal com esse recurso. Logo, é importante destacar a utilização desse recurso de forma consciente para fazer as compras de maneira a vista e evitar o endividamento para o início do próximo ano, quando se tem contas fixas na maioria dos casos como IPVA, IPTU e matrícula escolar”, diz.
Poder de compra
O economista ressalta que o 13° exerce um papel crucial ao ampliar a capacidade de compra dos trabalhadores em um período de alta demanda, beneficiando especialmente o varejo e os serviços da cidade.
O estudo revela ainda a distribuição de trabalhadores por setor: o setor de serviços, o maior empregador, possui 77.382 trabalhadores, seguido pelo comércio (42.584) e pela indústria (24.193). A construção registra 10.286 trabalhadores, e a Agropecuária (710).
Em termos de média salarial, os valores também variam significativamente entre os setores. Os trabalhadores da agropecuária têm o maior salário médio, de R$ 3.340,00, seguidos pelos do setor de serviços, com R$ 3.261,00, e da construção, com R$ 3.098,00. A indústria e o comércio possuem médias salariais de R$ 2.935,00 e R$ 2.353,00, respectivamente.
Adnan Jebailey ressalta que o poder de compra do rio-pretense é maior em 2024, já que o número de empregos tem crescido a cada ano. "Para se ter uma ideia, comparando o ano de 2023 com 2024 tivemos um crescimento de 4,5% no número de pessoas empregadas formalmente no mercado de trabalho. Com uma maior quantidade de pessoas empregadas, temos um aumento do poder de compra que se reflete não apenas no 13°, mas em um consumo mensal", finaliza.
Parcelas
A primeira parcela do 13º deve ser paga até o dia 30 de novembro e a segunda precisa ser depositada até o dia 20 de dezembro.
(Colaborou Marcelo Freitas)
Economia do País
O pagamento do 13º salário tem o potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 321,4 bilhões até dezembro de 2024. Este montante representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios.
Cerca de 92,2 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 3.096,78. As estimativas são do Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2024, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
No caso da Rais, o Dieese considerou o total dos assalariados com carteira assinada, empregados no mercado formal, nos setores público (estatutários ou celetistas) e privado, que trabalhavam em dezembro de 2022, acrescido do saldo do Novo Caged de 2023 e 2024 (até setembro). Da PnadC foi utilizado o contingente estimado de empregados domésticos com registro em carteira. Foram considerados ainda os beneficiários (aposentados e pensionistas) que, em junho de 2024, recebiam proventos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), do Regime Próprio da União e dos estados e municípios. Para esses dois últimos, entretanto, não foi obtido o número de beneficiários.