Justiça de Rio Preto marca júri popular de casal acusado de maus-tratos a bebê

Justiça de Rio Preto marca júri popular de casal acusado de maus-tratos a bebê
Marcas de queimaduras na mão de recém-nascida (Reprodução)

A Justiça de Rio Preto marcou para o dia 28 de novembro o júri popular do casal Guilherme Vieira Soares e Kelly Andressa da Silva Conceição, acusados de tentativa de homicídio contra a própria filha, que tinha apenas um mês de vida quando sofreu sequelas graves ao ser chacoalhada violentamente pelo pai. O casal responde ainda por lesão corporal contra a filha de Kelly, que tinha três anos, e também era vítima de maus-tratos. Os dois estão presos preventivamente desde o ano passado.

O juiz Vinícius Nunes Abbud, da 4ª Vara Criminal, acompanhou o entendimento do Ministério Público e determinou que o casal vá a júri por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e contra mulher por razões da condição de sexo feminino em contexto de violência doméstica. A conduta de ambos também foi enquadrada em dispositivos da Lei Henry Borel, que criou mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra criança.

Segundo informações do processo, contrariado por não conseguir dormir com o choro da bebê, Guilherme queimou os pés e mãos da criança com cigarro e chacoalhou violentamente o bebê-conforto até a vítima parar de chorar. Relatório do MP aponta que a bebê sofreu 16 fraturas e traumatismo craniano, o que provocou sequelas. A menina, que já tem um ano, ainda não fala e não anda.

As agressões eram presenciadas pela mulher que, apesar de ter filmado com o celular, não impediu o companheiro.

Prova desapareceu

A Justiça deferiu o pedido do advogado Luciano Macri Neto, que requereu perícia complementar no aparelho de Kelly Andressa para extração de geolocalizacão de deslocamento entre os dias 6 e 8 de fevereiro do ano passado. Com o laudo pericial, o defensor pretende esclarecer uma contradição sobre o dia da ocorrência e se Kelly realmente não procurou ajuda.

Foi autorizada também a apresentação do aparelho em plenário do júri.
Ocorre que, como noticiado pelo Diário da Regiãoo celular, que estava apreendido na Delegacia de Defesa da Mulher, desapareceu. Ele estaria entre os smartphones furtados por uma faxineira, que está presa preventivamente.

A perda da prova, considerada peça-chave da investigação, pode resultar em nulidade do processo.