Com 103 mortes, região de Rio Preto lidera número de óbitos pela dengue em SP

Com 103 mortes, região de Rio Preto lidera número de óbitos pela dengue em SP
Mosquitos Aedes aegypti, transmissores da dengue (Johnny Torres)

A região de Rio Preto ultrapassou a marca de cem mortes por dengue em 2025. Até esta terça-feira, 2, o Noroeste paulista contabilizava 103 óbitos pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Em pouco mais de três meses, já são 81.540 casos confirmados - em todo o ano passado, foram 95,7 mil casos e 123 mortes. Há ainda na região 16,9 mil casos e 61 mortes em investigação. "É a pior epidemia de dengue de todos os tempos, com altíssima letalidade. É preciso analisar as causas para aprender a lição", diz o virologista Maurício Lacerda Nogueira.

Tanto o número de mortes quanto o de casos colocam a região de Rio Preto no topo entre as áreas do Estado de São Paulo em relação à dengue. A segunda região com mais casos é a de Campinas, com 52.418 confirmações. Ou seja, a região de Rio Preto tem 55,5% a mais. Em relação às mortes, a distância é ainda maior. Na região, o número de vítimas é mais que o dobro da registrada em Campinas, onde ocorreram 45 óbitos.

Em todo o País, Rio Preto segue como a cidade com mais casos e mortes por dengue em 2025. Segundo dados do governo do Estado, o município chegou a 38 mil confirmações da doença e a 31 mortes, superando o recorde histórico em número de óbitos, registrado em 2024, que foi de 24 casos.

Queda

Dados do governo do Estado mostram que as notificações por dengue vêm caindo na região. No pico da epidemia, entre janeiro e fevereiro, foram registrados cerca de 9 mil notificações de casos suspeitos no Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto na terceira, quarta e quinta semanas epidemiológicas. Nas semanas mais recentes, a 11, a 12 e a 13, foram registradas, respectivamente, 2,8 mil, 1,5 mil e 571 notificações.

Segundo o virologista da Famerp, os números indicam a diminuição dos casos de dengue. Ainda assim, não há motivos para comemoração. "Rio Preto é uma cidade que sempre vai ter dengue. O número de óbitos vai depender do treinamento das equipes de saúde, pública e privada, para identificar a doença e responder rapidamente a ela. O tratamento é barato, com soro, mas precisa ser eficiente", diz.

Em todo o Estado, foram registrados 379 mil casos de dengue neste ano e 351 mortes. (Colaboraram Bruno Ferro e Joseane Teixeira)