Sesi Rio Preto recebe roda de conversa ‘Mulheres na Literatura’ nesta sexta-feira

Sesi Rio Preto recebe roda de conversa ‘Mulheres na Literatura’ nesta sexta-feira
Priscila Topdjian, Carolina Manzato e Mariana Reis participam de roda de conversa (Reprodução)

Nesta sexta-feira, 19, a sala de múltiplo uso do teatro do Sesi Rio Preto recebe a roda de conversa “Mulheres na Literatura”, com as poetas Priscila Topdjian, Carolina Manzato e Mariana Reis.

No evento, que começa às 19h, elas contam sobre o processo criativo de seus livros de poemas, contemplados, nos anos de 2022 e 2023, com o Prêmio Nelson Seixas da Secretaria de Cultura de Rio Preto. A mediação deste bate-papo literário será realizada por Daniela Águas. Após a roda de conversa, haverá sessão de autógrafos com as autoras. 

Para participar é necessário se inscrever por meio do site da instituição.

“Entrenuvens”

Apaixonada por livros e amante da escrita desde que se entende por gente, Priscila reuniu produções de uma vida inteira em “Entrenuvens”, seu primeiro livro. Com o selo da editora Patuá, a obra tem prefácio escrito por Antonio Manoel dos Santos Silva, professor emérito do Ibilce, câmpus da Unesp em Rio Preto. Pesquisador e crítico literário, Silva é orientador do doutorado de Priscila e a ajudou na escolha dos poemas.

“Eu selecionei 300 textos. Porém, o projeto de publicação contemplava apenas 110 páginas. Foi quando decidi pedir ajuda do meu orientador de doutorado para selecionar algumas produções. O que eu não imaginava era que ele escolheria poemas iniciais, que eu acreditava que nem tinham qualidade estética”, conta Priscila

“Desgraças da Pandemia”

Durante a pandemia, deprimida e desolada, Carolina Manzato produziu muitos materiais, textos de diversos gêneros (diário, sonhário, poemas em diversos tons, relatos para Cora, sua filha, do que se passava em casa e fora de sua casa, compilação de notícias). A primeira organização desse material gerou o “Desgraças da Pandemia”, livro artesanal, impresso em papel de carne, lançado em dezembro de 2022

Para a autora, o livro contém elucubrações. “São exercícios poéticos de ‘dessensibilização’ e de ‘ressensibilização’ da palavra, do corpo e do emocional em contexto de pandemia. É uma coletânea de poemas, impressos em papel de embrulhar carne, compondo um livro artesanal, com projeto gráfico pertinente: capaz de assentar-se sobre nova ordem e de desorganizar-se durante o manuseio”, conta.

“Embora os termos ‘dessensibilizar’ e ‘ressensibilizar’ sejam pares opositores, tratam-se de movimentos complementares de tensão, e necessários para a recuperação da condição emocional de equilíbrio diante dos picos de contágio, morte, acirramento das desigualdades e dos momentos de naturalização e de relaxamento do comportamento mediante às medidas protetivas”, diz

“Entrecortadas”

Já “Entrecortadas”, contemplado com o Prêmio Nelson Seixas em 2022, de Mariana Reis, começou a ser escrito por uma obsessão provocada pelas leituras de Elena Ferrante. Ao longo de quase dois anos de pandemia, a obra foi escrita entre o trabalho da autora como assistente social, com as mais diversas formas de violência; e a necessidade de costurar essas histórias em formato de cartas-poemas.

“Eram muitas histórias no meu dia a dia de trabalho e nem tudo o que eu poderia dizer para aquelas mulheres eu conseguia. Então, o livro com poesias fictícias, em formato de cartas-poemas, foi inspirado nessas histórias. Os títulos são nomes que criei para essas mulheres que eu queria responder”, conta Mariana.

O livro foi publicado pelo Estudio Aspas, com ilustração de Manuela Reis e prefácio escrito pela artista e escritora Anna Claudia Magalhães. (Colaborou Victória Oliveira)